A modalidade de ensino a distância já é alternativa real à formação profissional de milhares de pessoas. Há alguns anos deixou de ser uma ferramenta para aperfeiçoamento ou complemento ao estudo presencial formal, e torna-se cada vez mais a principal opção para quase todos os níveis educacionais a uma expressiva parcela da sociedade.
Mais baratos, práticos e acessíveis, os cursos nos ambientes virtuais de aprendizagem (Internet, rádio, tv e outros meios) engrossam em ritmo acelerado a parcela de trabalhadores que estuda. Este perfil foi detectado pelo censo do EaD de 2016. O levantamento revelou que em um terço das instituições, mais de 75% dos alunos de cursos totalmente a distância trabalham. São alunos mais velhos e estão no mercado de mão de obra em proporção maior aos colegas do ensino presencial
Um ano após a publicação do decreto que regulamentou essa modalidade de ensino, o ministério da Educação detectou uma elevação de 133% no número de polos. Enquanto o ensino presencial teve queda anual de 0,08% em 2015 em comparação com o ano anterior, o EaD se expandiu 7,2% no mesmo período. Os dados são do Censo de Educação Superior 2016 do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, Anísio Teixeira (Inep).
Em todo o país, 1,5 milhão de estudantes estavam matriculados em cursos superiores a distância em 2016. Um crescimento de 50% em seis anos. O total de polos subiu de 6.583 para 15.394 nesse período.
Todas estas características do segmento aumentam a responsabilidade pela busca da qualidade. Fundamental para isto é a aplicação dos insubstituíveis parâmetros previstos na legislação para medir a excelência. Ensino a distância não significa alunos sem contato com a universidade, até porque a lei que regulamenta a modalidade exige que parte do aprendizado seja em sala, presencial.
A adoção deste tipo de ensino na área de saúde, por exemplo, está sendo debatida na comissão de Educação da Câmara. A Anup preocupa-se com a definição dos melhores parâmetros para a formação ou aperfeiçoamento dos profissionais desta área.
Com o elevado índice de desemprego, o EaD também se caracteriza como uma ferramenta para a urgente reinserção no mercado de trabalho. Com a requalificação a distância, aumentam as chances de quem procura uma nova ocupação. É a tecnologia educacional ajudando o país a retomar o crescimento econômico, reforçar o conhecimento científico, a democratizar o acesso às informações e possibilitar a consequente redução das desigualdades sociais.