O ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, participou nesta quarta-feira (27) de uma audiência na Comissão de Educação, da Câmara dos Deputados, onde respondeu o questionamento de, aproximadamente, 50 parlamentares.
A ANUP esteve presente na audiência, por meio da diretora executiva Larissa Martino. Durante a reunião, o ministro foi muito questionado pelos parlamentares que cobraram ações mais concretas do Ministério da Educação. Como foi o caso da deputada Tábata Amaral (PDT/SP), que criticou a falta de projetos e metas no Ministério. “Cadê os projetos? Cadê as metas? Quem são os responsáveis? Isso aqui não é planejamento estratégico, isso aqui é uma lista de desejos, e eu quero saber onde que eu encontro esses projetos, quando cada um começa a ser implementado, quando serão entregues, quais são os resultados esperados, são 3 meses de trabalho, a gente consegue fazer mais que isso”, criticou.
O ministro também falou sobre os pontos considerados prioritários, entre eles a política nacional de alfabetização. Vélez ainda ressaltou que, segundo o discurso do presidente, “Precisamos inverter o triângulo da educação. Hoje o ensino superior tem precedência orçamentária sobre a educação básica, é necessário que ocorra mudanças. Não é fácil, não é rápido, mas precisamos dar os primeiros passos. Por isso escolhemos a elaboração de uma política nacional de alfabetização como nossa meta prioritária nesses 100 primeiros dias de governo.”
Vélez Rodrigues tratou ainda de temas como a reformulação do FIES (Fundo de Financiamento Estudantil) e do PROUNI (Programa Universidade para Todos). Falou ainda sobre o problema de falsos diplomas de cursos na modalidade a distância e defendeu uma fiscalização mais rigorosa. “Estamos fazendo uma espécie de checagem dos vários cursos e diplomas emitidos e temos observado irregularidades. Algumas entidades que não são universidades, que não são faculdades estão emitindo (diploma) e há um número crescente, grande, de diplomas falsos então isso é grave. Estamos tentando identificar a fonte disso e vamos continuar com nosso programa de EaD, que é importantíssimo, mas tentando sanar as deficiências que estão apresentando nesse momento e que compromete a credibilidade desse tipo de ensino”, explicou.
O ministro garantiu que as cotas nas universidades permanecerão, enquanto houver desigualdade. “Depois elas desaparecerão, naturalmente”, afirmou.
Outro assunto abordado durante a audiência foi em relação a declaração dada pelo ministro de que a universidade não seria para todos, mas apenas para uma elite intelectual. Vélez Rodrigues explicou que a universidade deve ser para todos que passem no exame de admissão. Afirmou que não defende a privatização de universidades, no entanto, “as mesmas têm que ser geridas com responsabilidade. Tem faltado um pouco de bom senso nessa gestão”, disse.
Por fim, o ministro ainda defendeu uma maior participação do setor privado em projetos nas universidades e estabilidade do quadro regulatório para se ter “um delineamento de regras claras e duradouras, que possibilitem mais investimentos”.
Referência: ANUP com informações da Agência Câmara