A formação médica, educação a distância na medicina e a telemedicina foram os temas de uma reunião hoje no Conselho Nacional de Educação, em Brasília. Participaram do debate, além de conselheiros do CNE, integrantes do Ministério da Educação, diretores de ensino e pesquisa da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde.
Alexandre Holthausen, diretor acadêmico de Ensino do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein explicou como funciona o ensino na faculdade. Falou da importância de se pensar sobre a aprendizagem, os melhores meios e maneiras de melhorar esse processo.
O professor explicou que na graduação há períodos em que o conteúdo é aplicado a distância, em sua fase inicial. O professor define os conteúdos, que os alunos acessam por meio de sistema. Esses conteúdos passam por avaliação e quando o professor vai para a sala de aula presencial, ele já vai com o retorno dos testes e dificuldades que os alunos apresentaram ou responderam.
O diretor também citou um estudo, publicado na revista Einstein, com 60 mil atendimentos de teledermatologia, na cidade de São Paulo, que mostraram resolutividade para câncer de mais de 98%, com o médico de um lado e enfermeiro do outro. O diagnóstico, a distância, utilizou a metodologia de imagens de alta resolução. Para os diretores do instituto a telemedicina é uma ferramenta, não uma área da Medicina. Ela não substitui nada, mas serve como auxílio para uma melhor utilização dos recursos disponíveis.
Na avaliação do diretor é importante o contato precoce entre o estudante de medicina e as pessoas. “Antes o estudante estudava 7.200 horas de aula e conceitos, mas não sabia quais eram os anseios da sociedade. Mas quando o estudante entra em contato com as pessoas, na prática, ele pode entender porque ele precisa estudar. É benéfico estimular o contato precoce com a prática”.
Para Holthausen, a realidade da sala de aula é muito diferente do mundo real. “No Albert Einstein trouxemos a prática para dentro da faculdade e a faculdade para o mundo real. Fazemos tutoria, levamos o aluno para o mundo real, para a troca de experiências entre médicos que não fazem parte do mundo docente, da instituição”, ressaltou.
O diretor ainda falou sobre o novo processo de seleção para ingresso no curso de medicina no Instituto, que agora privilegia a entrevista pessoal e outros fatores, que não apenas o conhecimento de Português ou Matemática. “É na entrevista que acabamos definindo quem entra e sai, é um meio de avaliar as pessoas além do conteúdo médico. Avaliar a empatia, inteligência emocional, entre outros aspectos.” explicou.
Holthausen ainda falou sobre as metas que são propostas para os estudantes.
“O estudante da graduação é comparado com ele mesmo, por meio de metas individuais. Adaptamos o currículo de acordo com a necessidade, não repetimos os currículos nos semestres. É preciso estar atento a realidade dos alunos novos”, finalizou.
Formação médica
Segundo os diretores do Insituto Israelita presentes na manhã de hoje na palestra, a graduação de medicina, da instituição, hoje está mais voltada para o médico generalista. Para o diretor Alexandre Holthausen esse profissional é o que a sociedade mais carece. “Formamos o médico generalista e a especialização fica para a residência médica”.
Fizeram parte da mesa de debate sobre formação médica o conselheiro Antônio Carbonari Netto; o presidente e vice-presidente da Câmara de Educação Superior, Antonio de Araújo Freitas Júnior e Joaquim Neto; o representante da SERES/MEC, Marco Aurélio de Oliveira e o presidente do CNE, Luiz Roberto Liza Curi. Além do diretor acadêmico de Ensino do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, Alexandre Holthausen e convidados do Hospital Einstein.
O debate foi transmitido pelo canal da ANUP no Youtube e teve a presença de sua presidente, professora Elizabeth Guedes e a diretora executiva, Larissa Martino.
Para assistir a palestra com os diretores do Instituto Israelita acesse o link: https://bit.ly/2XiADLr
Referência: ANUP