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No dia 1 de dezembro, às 16h, serão anunciadas as três equipes vencedoras do I Desafio Universitário pela Primeira Infância. O evento da final será transmitido pelo canal da ANUP (Anup Oficial) pelo YouTube. Mas, até lá, você já pode conhecer um pouco mais sobre os cinco dos 10 projetos finalistas. Na próxima sexta (dia 27), você vai conhecer as demais ações. Portanto, fique ligado no site da ANUP.

Confira agora os detalhes das soluções práticas, voltadas para o desenvolvimento integral das crianças nos primeiros anos, que foram realizadas nos estados de Minas Gerais, Tocantins, Sergipe, Ceará e Rio Grande do Sul.

1 – Projeto Plantando e Colhendo a Saúde na Primeira Infância (MG)
Desde 2012, o projeto original já atendeu mais de três mil trabalhadores rurais expostos aos agrotóxicos. Agora terá a oportunidade de mapear a saúde de gestantes e crianças que também são expostas aos riscos. Para isso, a solução prática desenvolvida pela equipe de Minas Gerais – da Universidade José do Rosário Vellano (Unifenas-Alfenas) – contará com a ajuda de estudantes de 10 cursos de graduação e pesquisadores que farão o mapeamento, desenvolverão atividades de verificação e exposição a agrotóxicos, avaliação neurológica e antropométrica do público-alvo. A ideia é expandir o projeto inovador para todo o país.

2 – Fortalecimento das relações socioafetivas das crianças da Casa Abrigo de Araguaína (TO)
O projeto é voltado para as vítimas de maus-tratos, negligência e abuso sexual que são atendidas pela Casa Abrigo de Araguaína. A cidade fica localizada a 400 km da capital Palmas, no norte do estado do Tocantins, e na diversidade da Amazônia Legal, região marcada por pobreza e muitas potencialidades.

Em 2019, foram atendidos 165 bebês e 371 crianças. Agora a ideia é fazer o resgate e o acompanhamento de mais crianças e famílias por meio de cursos, palestras e visitas domiciliares, visando à formação afetiva e o mapeamento da fragilidade parental, levando em consideração a subjetivação de que o desenvolvimento de uma criança se dá em pequenos espaços, desde a primeira infância.

A ação conta com um olhar interdisciplinar, composto por docentes e discentes de duas instituições da cidade de Tocantins, e vai abranger os cursos de letras, geografia e psicologia, além do mestrado em demandas populares e dinâmicas regionais da Universidade Federal de Tocantins. Os beneficiários são 52 servidores do abrigo, famílias atendidas e toda a cidade de Araguaína e região que contarão com soluções práticas para as questões de descuido na primeira infância e assessoria permanente da Casa Abrigo.

3 – Projeto de assessoria técnica ao Conjunto José Monteiro Sobral
A ideia do projeto é fomentar a primeira infância com a construção de uma praça no coração do Conjunto José Monteiro Sobral – situado no interior de Sergipe, no município de laranjeiras – e que contará com a participação colaborativa das famílias. O conjunto abriga 800 pessoas, sendo 13% são crianças, em situação de vulnerabilidade econômica e social. Cerca de 85% de todas as crianças do município não tem acesso à creche.

Desde dezembro de 2019, o projeto está sendo desenvolvido com a ajuda dos cursos de Arqueologia, Comunicação, Serviço Social e Educação da Universidade Federal de Sergipe. Agora será a vez de implementar a troca de saber e escuta por meio de reuniões, oficinas, mutirões, comissões e uso de materiais sustentáveis na praça. Trata-se de um rico processo cooperativo que visa reconhecer a autonomia, o empoderamento e o fazer coletivo. O reconhecimento e a interação entre as gerações, bem como o contato com a natureza, vão fomentar o brincar e potencializar a criatividade nas crianças, tornando a praça um espaço seguro, integrador e acolhedor. A ideia é que o projeto possa contemplar, inclusive, outras regiões e devolver o saber para a Universidade.

4 – Educando para Educar (CE)
O foco do projeto são crianças com dificuldade de relacionamento com colegas, leitura e escrita, e que compõem a estatística de mais de 6 milhões estudantes em atraso escolar no Brasil. A solução desenvolvida pela equipe da Universidade de Fortaleza conta com a colaboração de uma equipe interdisciplinar de profissionais e estudantes dos cursos de psicologia, pedagogia, nutrição, educação física e engenharia.

A ideia é realizar as avaliações das crianças e capacitar profissionais e multiplicadores que fomentarão o protagonismo das habilidades socioemocionais e as potencialidades das crianças por meio do brincar, das atividades artísticas, dos jogos e da meditação, proporcionando ainda o prazer pelo aprender e a maior proximidade dos pais com a escola.

Além das informações referentes ao desempenho escolar, os professores vão incluir no sistema educacional questões cognitivas, nutricionais e socioemocionais das crianças. Um programa de inteligência artificial vai processar o material e fornecer dados mais qualificados aos professores e multiplicadores que poderão tornar a aprendizagem ainda melhor por meio de novas adaptações metodológicas.

5 – A criança com deficiência(s) do nascimento aos três anos: implementação e avaliação de um Programa de Intervenção Precoce (RS)
O foco do projeto desenvolvido pela Universidade Católica do Rio Grande do Sul são as crianças com deficiência. O objetivo é conhecer e desenhar o perfil dessas crianças, elaborando um plano de intervenção focado na família. Atualmente, os programas de intervenção desenvolvidos no Brasil são executados de forma descontínua e focados na condição clínica e patológica, sem levar em consideração a integralidade e o desenvolvimento infantil, muito menos o bem estar da família.

A nova forma de intervenção precoce proposta é baseada na família. Será construído um programa individualizado em torno da parceria entre a equipe e a família. O foco será o desenvolvimento infantil e o fortalecimento das competências dos cuidadores. Tudo acompanhado por uma equipe transdisciplinar composta por estudantes e profissionais das áreas de pedagogia, fisioterapia, medicina e serviço social.

A ideia é acompanhar, inicialmente, 50 famílias e crianças de até três, nascidas com alguma deficiência ou com alguma condição que coloque em risco o seu desenvolvimento. A essência é a construção e execução colaborativa do plano de intervenção envolvendo profissionais e famílias. Posteriormente, será realizado um mapeamento com indicadores de impacto relacionados ao bem estar da família e ao desenvolvimento da criança, criando condições para que isso resulte em uma política pública adotada em todo o país.

O Desafio
As equipes vencedoras receberão o prêmio de 10 mil reais cada para implementar suas propostas no primeiro semestre de 2021. Além disso, elas receberão mentorias com especialistas da área e os projetos ainda serão publicados em português e espanhol pela Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação (OEI).

O I Desafio Universitário pela Primeira Infância tem a missão de apoiar e incentivar ideias de professores e alunos do ensino superior, de instituições privadas ou públicas para que busquem, de forma prática, melhorar a qualidade de vida dos nossos bebês e crianças. A ANUP, em parceria com a fundação holandesa Bernard Van Leer, acredita que atuar com temas relacionados à primeira infância pode não apenas mudar o futuro, mas contribuir para melhores condições de vida no presente.

Site
Vale lembrar que, além dos finalistas, você pode conhecer também a história de todos os projetos classificados para a segunda fase. (desafiouniversitario.com.br). Se você quiser ainda ajudar de fato a transformar vidas, tirando esses projetos do papel, é só entrar em contato diretamente com os responsáveis de cada ação.

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