A presidente da ANUP, Elizabeth Guedes, representou a associação no ato virtual pelo Dia Nacional de Mobilização em Defesa da Ciência, que contou com dezenas de entidades do setor de inovação, tecnologia, educação e ciência. Ela enfatizou que é preciso uma mobilização para que Educação seja política de Estado e não de governo. “O país não tem futuro enquanto não tiver Educação. É inadmissível que 2,7 bi durmam em uma gaveta do governo, enquanto os projetos de pesquisa são desmontados e as pessoas são desmobilizadas”, referindo-se à liberação da verba do FNDCT. Para ela, o valor da Ciência é o valor do futuro. “Com os indicadores e os investimentos que temos, e com a política adotada, nós não temos futuro”, afirmou.
No ato virtual, ocorrido na terça-feira (26/10), várias entidades e associações se juntaram para lutar pela manutenção e fortalecimento do CNPq, da Capes e da infraestrutura científica brasileira e pela liberação dos R$ 2,7 bilhões do FNDCT.
O motivo foi a redução dos investimentos do governo federal no setor científico nacional. O corte mais recente foi de R$ 600 milhões, sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro no dia 15 de outubro, comprometendo de forma grave a distribuição de novas bolsas e a atividade de fomento à pesquisa do CNPq.
Importante destacar que o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) tem R$ 2,7 bilhões esperando para serem liberados e utilizados ainda neste ano. O Congresso Nacional aprovou por ampla maioria a Lei 177/2021, que proíbe o contingenciamento do FNDCT. Porém, o Ministério da Economia dificulta e inviabiliza a disponibilização destes recursos para a ciência e a inovação. Uma atitude inaceitável, especialmente neste momento do país, que enfrenta uma crise sanitária, econômica e social.
É preciso enfrentar a crise da COVID-19 e encontrar saídas diante da fome de milhões de brasileiros. A Ciência pode contribuir, ajudando a encontrar soluções, como vacinas, remédios e outros avanços tecnológicos, que permitam melhorar a economia do país, gerar empregos e garantir um desenvolvimento sustentável. A experiência nacional e internacional mostra que investimentos em ciência e inovação trazem retornos muito maiores que o total investido.