A Faculdade de Direito da USP no largo São Francisco, passou a contar, desde a semana passada, com um fundo constituído por doações para ações como oferta de bolsas de estudo, melhorias de infraestrutura e apoio a grupos de pesquisa.
O fundo, na modalidade endowment, terá o nome Sempre Sanfran, em alusão ao apelido pelo qual é conhecida a faculdade.
Regulamentados em 2019, os endowments buscam manter a sustentabilidade financeira no longo prazo de organizações de interesse público em setores variados, como ensino, saúde e direitos humanos. Seus recursos são aplicados no mercado financeiro e seus rendimentos são destinados às instituições.
A modalidade é muito usada por museus e já existe para financiar ações na Escola Politécnica da USP. No caso da Faculdade de Direito, a previsão é que os recursos do fundo sejam destinados a investimentos de médio e longo prazo.
Eles podem ir desde melhorias na infraestrutura a auxílios estudantis. Também haverá a criação de think tanks que desenvolvam projetos de pesquisa de temas jurídicos.
A iniciativa consolida um movimento que ganhou força nos últimos anos, na gestão do atual diretor Floriano de Azevedo Marques, de fortalecer parcerias com ex-alunos para investimentos na faculdade, em tempos de restrições orçamentárias.
Já existem grupos de ex-estudantes do largo de São Francisco que financiam reformas do espaço físico e bolsas para que alunos de baixa renda possam se dedicar aos estudos sem precisar trabalhar em tempo integral.
“O endowment é um marco para a perenidade da Faculdade de Direito da USP, pois permite que seus antigos e novos alunos, bem como o seu quadro de professores e simpatizantes retribuam tudo aquilo que a São Francisco fez para a sociedade brasileira”, diz Roberto Quiroga, sócio do escritório Mattos Filho e um dos conselheiros do fundo.
No ano passado, quando terminou o prazo de transição da política de cotas, a universidade atingiu o marco de mais da metade dos estudantes ingressantes oriundos de escola pública, e 27,4% de autodeclarados pretos e pardos.
Dez anos antes, apenas 26,1% dos ingressantes haviam feito o ensino médio integralmente na rede pública, e 5,8%, parcialmente; e 13,6% se declaravam pretos, pardos e indígenas.
Fonte: Folha de S. Paulo