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A estudante Ana Carolina Soares Leal tem 11 anos e acabou de passar para o sétimo ano do ensino fundamental. Ela participou da etapa escolar da 5ª Conferência Nacional Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente (CNIJMA), na Escola Municipal Arlindo Cipriano Leal, onde estuda, em Inhuma (PI). A menina conta que, junto com os amigos, passaram a fazer as coisas “mais corretas” desde então.

As escolas que quiserem participar também devem realizar até 31 de março suas conferências, etapa obrigatória para participar da CNIJMA. O tema escolhido para esta edição é Vamos cuidar do Brasil cuidando das águas. No total, a conferência envolve 73 mil escolas em todo o país. Dessas, 4 mil estão na zona rural, 3 mil em comunidades indígenas e 2 mil em áreas quilombolas. Devem participar quase 400 jovens, com idade entre 11 e 14 anos na etapa final.

As escolas inscritas precisam elaborar um projeto de ação com o objetivo de transformar sua realidade e escolher representantes que levam adiante as ideias acordadas entre todos. É isso o que já fez a Escola Municipal Arlindo Cipriano Leal. “Estava havendo muito desperdício, principalmente no bebedouro. Nós deixávamos as torneiras ligadas, enchíamos o copo e não bebíamos toda a água e lavávamos as mãos sem precisar”, conta a estudante Ana Carolina.

A solução, explica, foi propor a colocação de um cano de PVC para levar a água que sobra do bebedouro para regar o canteiro da escola. “Lá tem alimentos para a gente lanchar e ficar mais saudável”, destaca a menina. Ela gostou tanto da experiência que não titubeia em recomendar que outros estudantes façam o mesmo em suas escolas. Sem contar o bem maior que farão ao planeta.  “Seria muito mais legal porque aí nós reutilizaríamos mais água”, prevê.

A diretora e coordenadora da conferência na escola, professora Rosimar Pacheco de Moura Gonçalves, conta com orgulho as etapas realizadas durante o projeto. Os professores foram reunidos, e em seguida os estudantes, que foram divididos em duas turmas: alunos do quinto e sétimo e, a outra, do sexto e oitavo. Eles deviam observar a escola e propor maneiras de economizar água. Dois projetos foram apresentados. Um que armazenava água da chuva e o que foi escolhido, de reaproveitamento da água do bebedouro. Tudo com a participação das famílias.

“A conscientização deles foi tamanha, que percebemos na hora de irem tomar água. Pararam até com brincadeiras de jogar água uns nos outros. Eles levaram a consciência para casa. Vai escovar os dentes, fecha a torneira. Vai tomar banho, fecha o chuveiro enquanto se ensaboa”, conta a professora.

O tema deste ano está em concordância com a implementação da Lei das Águas, dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e com o 8º Fórum Mundial da Água, marcado para março de 2018, também em Brasília. A conferência reúne estudantes, professores e comunidade escolar para dialogar e refletir sobre as questões socioambientais.

Etapas – O coordenador-geral de educação ambiental e temas transversais da Secretaria de Educação Básica (SEB) do MEC, Felipe Felisbino, explica que o dia da conferência na escola é o momento em que os estudantes apresentam à comunidade escolar os projetos que elaboraram.

“Por isso é importante preparar esse dia e convidar os diversos representantes da comunidade escolar. Nesse dia os estudantes devem escolher um projeto para ser colocado em prática, envolvendo a comunidade escolar. E também escolher um representante da escola e um suplente, para as próximas etapas da conferência, caso o projeto da escola seja escolhido para esses momentos”, detalha.

O estudante escolhido deve ter idade entre 11 e 14 anos, observando os critérios do Regulamento Nacional e os princípios da CNIJMA – Jovem educa jovem, jovem escolhe jovem e uma geração aprende com a outra –, para representar a escola, caso ela venha a participar das etapas seguintes. Essas escolhas do projeto e dos representantes devem ser realizadas pelos estudantes, como estímulo à prática da cidadania.

“A conferência na escola é a etapa mais importante de todas”, destaca Felisbino. “O movimento criado por essa ação estimula o protagonismo juvenil, a prática pedagógica interdisciplinar, a interação da comunidade escolar, a pesquisa e o diálogo de saberes, contribui com a inclusão da educação ambiental no projeto político pedagógico de forma integrada, transversal e interdisciplinar, em conformidade com as orientações expressas nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental”, conclui.

Informações – Na página oficial da conferência, além das informações e documentos, existe um espaço que deve ser usado pelas escolas e estados para registrar as etapas das quais participam. Isso serve tanto para as conferências nas escolas quanto para a etapa estadual. As duas devem, obrigatoriamente, ser registradas no site. As escolas ou estados que não fizerem esse registro não poderão participar da etapa nacional.

Além do site, os interessados poderão ter acesso a informações e interagir com dúvidas ou questionamentos sobre o evento na página da conferência no Facebook.

Histórico – A primeira CNIJMA, em 2003, envolveu 15.452 escolas em todo o país, mobilizando mais de 5 milhões de pessoas, em 3.461 municípios. Em 2005/2006, a segunda edição do evento teve a participação de 11.475 escolas e comunidades e mais de 3 milhões de pessoas, em 2.865 municípios. A 3ª CNIJMA, em 2009, abrangeu 11.631 escolas, envolvendo mais de 3 milhões de participantes, em 2.828 municípios. Já a última edição do evento, em 2013, teve 16.538 escolas, com mais de 5 milhões de participantes, em 3.519 municípios brasileiros.

Acesse a página oficial da 5ª Conferência Nacional Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente (CNIJMA) : http://conferenciainfanto.mec.gov.br/

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