Criada na última terça, 23, a Comissão do Conselho Nacional de Educação (CNE) para a Primeira Infância terá entre os integrantes duas representantes da Associação Nacional das Universidades Particulares (ANUP): a presidente da entidade, Elizabeth Guedes, que também é conselheira do CNE, e Júlia Jungmann, Gerente de Responsabilidade Social da ANUP.
O convite partiu do presidente do CNE, Luiz Curi, logo após a votação, por unanimidade, que aprovou a criação da Comissão durante uma sessão pública do órgão colegiado, realizada naquela mesma data.
Segundo Curi, a reunião marca o compromisso do Conselho com a Primeira Infância. Entre as agendas da Comissão está a colaboração direta com o Grupo de Trabalho (GT) Primeira Infância instalado no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável (CDESS), também conhecido como “Conselhão”, órgão consultivo vinculado à Presidência da República.
“Queremos fazer uma colaboração direta ao GT Primeira Infância. Assim, essa comissão terá um papel relevante ao reunir conselheiros, técnicos, especialistas e pessoas ligadas à área”, explicou o presidente do CNE.
Atualmente, o GT está em fase de elaboração do relatório final. O documento embasará a criação da Política Nacional Integrada para a Primeira Infância. Um resumo das atividades já realizadas e as diretrizes que devem compor o relatório foram apresentadas pela coordenadora do Grupo, Priscila Cruz, também presidente-executiva do Todos Pela Educação.
“Elaborar uma política transversal é um desafio muito grande. Acreditamos que o primeiro passo é a sensibilização, fazer uma “costura” dentro do próprio governo, porque este é um trabalho multissetorial e integrado. A criação deste GT no “Conselhão”, por si, já demonstra a preocupação do governo em ouvir a sociedade sobre esse tema”, destacou Priscila.
Além dela, também discursaram na sessão do CNE, manifestando-se sobre a importância de a Primeira Infância se tornar uma pauta prioritária para o país, representantes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), da Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC) e de organizações que trabalham com esse tema no Ceará e em Pernambuco.
A criação da Comissão do CNE para a Primeira Infância foi elogiada pela também conselheira Suely Menezes. Segundo ela, inserir esse tema no Conselho vai ao encontro da atuação do órgão, que “discute a Educação em uma perspectiva mais ampla, para além das salas de aula“ e porque “as diretrizes do CNE também são transversais”.
Para Júlia Jungmann, que representou a ANUP na sessão, ao criar uma Comissão voltada para a Primeira Infância, o CNE exerce um importante papel em colaborar para que o país ganhe uma política que, de fato, transforme a realidade das crianças e, portanto, da sociedade.
“A Primeira Infância precisa ser prioridade se quisermos reduzir as desigualdades sociais e econômicas. Testemunhar esse movimento do CNE nos enche de esperança porque teremos mais um importante agente contribuindo para uma política nacional integrada e que ajude o país a avançar”, afirma.