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“Se liga na vida, seja um vape off”. É com esse apelo que a Fundação do Câncer, em parceria a ANUP Social, braço social da Associação Nacional das Universidades Particulares (ANUP), espera mobilizar jovens e adultos a aderirem ao Movimento VapeOFF, uma campanha para combater o uso crescente do cigarro eletrônico, também conhecido como vape ou pod.

“Artistas, influenciadores e autoridades de saúde estão abraçando essa campanha conosco. Esta causa é tão importante que consegue reunir pessoas e entidades diversas, como as atrizes Isabel Fillardis e Alexandra Richter, o músico Da Ghama/Cidade Negra, influenciadores, como Pedrinho Salomão, e os médicos Paulo Niemeyer Filho e Vera da Costa e Silva”, diz Luiz Augusto Maltoni, diretor executivo da Fundação do Câncer.

Para marcar o Dia Nacional de Combate ao Fumo, nesta quinta, 29, os músicos Edu Krieger e Natália Voss criaram uma paródia especial sobre a temática. “É necessário engajar toda a sociedade no controle do vape, já que temos um grande desafio em conseguir atingir o público jovem e também os pais dos adolescentes. Uma pesquisa da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) mostrou que o consumo do cigarro eletrônico aumentou 600% nos últimos seis anos no mundo. E no Brasil não é diferente”, salienta o epidemiologista e consultor médico da Fundação do Câncer, Alfredo Scaff.

“Dados do Ministério da Saúde revelam que mais de 1 milhão de pessoas já experimentaram esses dispositivos eletrônicos para fumar, apesar da comercialização do mesmo ser proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, desde 2009. O mais grave: 70% desse público é formado por adolescentes e adultos jovens de 15 a 24 anos”, complementa o médico.

EM SALA DE AULA

“O tabagismo é considerado uma doença pediátrica. Uma publicação do Banco Mundial de 1999 já mostrou que 90% dos tabagistas começam a fumar antes dos 19 anos, com a idade média de iniciação aos 15 anos. Por isso, nosso Movimento também visa levar essa questão para as escolas. Queremos incentivar professores a conversar com seus alunos sobre os malefícios do vape”, explica Maltoni.

Com esse fim, a Fundação do Câncer se juntou à ANUP Social e criou um kit digital anti-vape, com peças para serem usadas gratuitamente por todas as escolas públicas e privadas do país. “Disponibilizamos quatro videoaulas com questionários para debate nas turmas, cartaz, banner para site, posts para redes sociais, filtro para Instagram e WhatsApp Card. Nosso propósito foi criar peças que levassem informações sobre os perigos do cigarro eletrônico para a saúde e tivessem uma linguagem que se comunicasse com os jovens”, diz o diretor executivo da Fundação do Câncer.

“Essas peças estão sendo distribuídas para as mais de 200 faculdades, centros universitários e universidades associadas a ANUP, que contam com mais de quatro milhões de estudantes matriculados, mas ficarão disponíveis da landing page do Movimento VapeOFF, para que qualquer instituição de ensino do país possa ter acesso. O mais relevante é que o nosso recado chegue aos jovens em idade escolar e provoque uma mudança que é crucial para a saúde deles hoje e no futuro”, diz a professora Elizabeth Guedes, presidente da ANUP Social.

PESQUISA

“O novo levantamento da Fundação do Câncer, que analisou o tabagismo e a mortalidade por câncer de pulmão, é um alerta para o país”, diz o epidemiologista Alfredo Scaff, coordenador da sexta edição do boletim info.oncollect.

Para ele, a série histórica analisada pela publicação – com base nos dados das Pesquisas Nacional de Saúde (PNS) e Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) e dos Sistemas de Vigilância de Fatores de Risco para doenças crônicas não transmissíveis (Vigitel) e de Informação sobre Mortalidade (SIM) – observou que, apesar da queda do tabagismo entre os homens adultos, é preocupante o crescente uso do tabaco convencional entre as mulheres e de cigarros eletrônicos entre jovens, principalmente.

“Apesar de haver uma queda da mortalidade por câncer de pulmão de -1% em todo o país, registrou-se um aumento médio de 2% de mortalidade em mulheres brasileiras pela doença, o que pode ser explicado pelo hábito de fumar entre elas”.

O levantamento também apontou para um alto número jovens estudantes que experimentaram o vape, mais de 20% em ambos os sexos. “As estatísticas dos malefícios do uso do vape em relação ao câncer de pulmão terá reflexo daqui a uns vinte anos, já que o câncer de pulmão é uma doença que avança lentamente, mas já há estudos científicos que mostram o aumento dos casos de Evali, uma lesão pulmonar característica ao uso de vape. Como esses dispositivos contêm nicotina derivada do tabaco e sua concentração é cerca de 2 a 3 vezes maior do que os cigarros convencionais, estamos alertando para um possível novo cenário: o consumo maior não apenas do vape, mas sua associação ao cigarro tradicional, já que a nicotina leva a uma dependência mais intensa. Possivelmente, isso vai nos levar a uma futura elevação de acometimento de câncer de pulmão em uma idade mais jovem, antes dos 50 anos, faixa em que a doença era mais registrada”, alerta o epidemiologista.

Os pesquisadores da Fundação do Câncer apontam que se faz urgente a retomada das campanhas educativas nacionais feitas pelos Ministérios da Saúde e da Educação, a fiscalização de fronteiras e o combate ao contrabando, a falsificação e a comercialização dos cigarros tradicionais e eletrônicos, além de disponibilizar medicamentos e insumos para a cessação do tabagismo.

“Para ter sucesso, o tratamento contra o tabagismo precisa associar medicamento e apoio psicológico. Infelizmente, temos relatos de colegas médicos sobre a escassez de medicamentos para o combate ao tabagismo, tanto no sistema público quanto no privado”, alerta Scaff.

Para ter acesso aos videoaulas e ao kit digital anti-vape, clique aqui.

Para acessar o estudo Tabagismo e Câncer de Pulmão – Um Alerta para o Brasil, clique aqui.

Fonte: Assessoria de Imprensa Fundação do Câncer/SB Comunicação

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