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Ensinar novas metodologias de aprendizagem é um desafio. A tarefa, no entanto, torna-se árdua quando feita para alunos passivos. Esse perfil de estudante não costuma se engajar nas aulas ou têm dificuldades em realizar as atividades propostas.

Mas, então, como ensinar metodologias ativas para alunos passivos? Em busca de respostas, vários educadores se reuniram na tarde da última segunda-feira (18/10) durante o 16° Seminário Nacional ABED (Senaed): Amanda Lopes, sócia fundadora da Numi Educação; Juliano Costa, diretor da Pearson; e Patrícia Sosa Mello, CEO do Masterclass Mulheres Educadoras.

Metodologias ativas podem englobar diferentes práticas em sala de aula. Seu principal objetivo é fazer do aluno o protagonista da própria aprendizagem.

A ideia é estimular uma maior responsabilidade do estudante pela construção do próprio saber em instituições de ensino. Assim, ele se envolve no processo de aprendizado de maneira ativa, superando a ideia de aulas expositivas e com pouca interação do tradicional processo de ensino.

“O professor precisa entender que ele não é detentor do conhecimento, mas sim um mediador”, afirma Patrícia Sosa Mello. Segundo Mello, na maioria das vezes os alunos são passivos porque o professor é passivo.

O planejamento é fundamental para desenvolver metodologias ativas em sala de aula. Os professores precisam saber qual é o objetivo final da aprendizagem. E, a partir daí, oferecer meios para que os alunos possam se desenvolver e aprender. Esse é o papel dos professores: construir o caminho da aprendizagem.

Existem várias abordagens que podem ser trabalhadas isoladamente ou em conjunto em sala de aula para diferentes objetivos. Os exemplos mais comuns são sala de aula invertida, aprendizagem baseada em projetos e design thinking.

Todas as metodologias têm o desafio de transformar o professor em uma espécie de companheiro da jornada do aluno – e não uma figura isolada e superior, detentora e repassador de conhecimento. Seja em aulas 100% presenciais ou em modelos como o ensino a distância (EAD), a aprendizagem ativa reflete sobre as diferentes maneiras do processo de ensino e recepção das informações.

No ensino superior, entretanto, existe uma problemática ainda maior em ensinar metodologias ativas porque os professores não foram formados para ser docentes. Na maior parte dos casos são profissionais que dão aula. “E isso é uma diferença absurda na aprendizagem do aluno”, diz Amanda Lopes.

É devido a cenários como esse que se torna tão necessária a formação continuada. Existe uma necessidade em se investir em políticas públicas nas instituições de ensino superior que ensinem os docentes no ensino de metodologias ativas e de tecnologias na sala de aula.

No entanto, os gestores devem se conscientizar de que apenas isso não resolve os problemas em sala de aula. “As metodologias ativas, assim como a tecnologia, é o meio e não o fim”, afirma Juliano Costa. E é por isso que precisam ser adaptadas à realidade de cada sala de aula, aluno e professor.

No debate realizado no 16° Senaed, os educadores disseram que seus pares precisam abraçar as tecnologias e não se afastar delas.

Eles reconhecem que a tecnologia se tornou um desafio a mais para os docentes. A pandemia de covid-19, afinal, acelerou as inovações tecnológicas em todos os setores, inclusive na educação. Devido a rapidez das mudanças – e a necessidade de não deixar as aulas pararem -, os professores não tiveram tempo de aprender habilidades tecnológicas necessárias.

No entanto, quando se olha para o cenário da educação, é consenso de que as tecnologias vieram para ficar. Então, ainda é tempo para ensinar os professores a usá-las, tornando a aprendizagem mais criativa.

Fonte: Desafios da Educação

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