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A guerra promovida pela Rússia contra a Ucrânia, como toda guerra, é produto estéril dos delírios humanos de poder e dominação e significa sempre a derrota da humanidade. Embora ela aconteça geograficamente longe de nós, sabemos que ela nos atinge de diferentes formas.

Neste tempo em que a dignidade da pessoa humana tem sido ultrajada pelo horror da guerra, nós, instituições ligadas ao setor educacional, abaixo assinadas, sentimo-nos chamadas a nos manifestar contra a guerra e a favor de uma educação para a Paz.

Sendo assim, defendemos a imperiosa necessidade de:

  • promover uma educação integral, formando todas as dimensões da pessoa e educando crianças, jovens e adultos a respeitarem uns aos outros.
  • contrapor ações e discursos de violência, exclusão ou conflito destrutivo, ensinando as crianças, jovens e adultos a utilizarem o diálogo e a escuta como forma de resolução dos problemas.
  • construir redes de cooperação entre instituições e pessoas, em espírito de fraternidade, para testemunhar com as crianças, jovens e adultos que a unidade, mesmo nas diferenças, é o melhor caminho para edificarmos um mundo digno e habitável.

Nós acreditamos que a educação formal e informal, centrada na integralidade da pessoa humana, tem um efeito transformador sobre os rumos do mundo, porque tudo está interligado como se fôssemos um. Habitamos o mesmo planeta, dividimos os mesmos recursos, trabalhamos a mesma terra, ou seja, somos uma grande família humana. Logo, a educação para a Paz, que praticamos em nossas instituições, mostra-se preventiva às mentalidades beligerantes e produz uma sociedade madura e respeitosa, capaz de superar as desigualdades, a partir dos critérios da integridade humana, garantia de direitos e respeito à autodeterminação dos povos.

Nós nos manifestamos solidários e solidárias àquelas pessoas que encontram-se vitimadas pela guerra armada, tanto civis, quanto militares. Neste conflito, cabe também aos governos das grandes potências abrir mão de seus próprios interesses e de práticas que insuflam ódio e aprofundam preconceitos, distanciando, cada vez mais, a possibilidade da paz. Como instituições de educação não podemos aceitar o cancelamento das contribuições russas para a cultura universal, da mesma forma, que compreendemos ser absurda a seletividade na concessão de refúgios a partir de critérios de raça e religião. Acreditamos e queremos um mundo onde o respeito seja soberano e que a Paz seja o alicerce das relações econômicas,  sociais e políticas.

Convidamos todas as pessoas a ouvirem esse chamado e a se colocarem como defensoras da Paz e da concórdia, investindo suas melhores forças a favor de uma humanidade fraterna.

 

Brasília, 24 de março de 2022

 

ABIEE – Associação Brasileira de Instituições Educacionais Evangélicas

ABRUC – Associação Brasileira das Universidades Comunitárias

ACAFE – Associação Catarinense de Fundações Educacionais

ANEC – Associação Nacional de Educação Católica

ANUP – Associação Nacional das Universidades Particulares

COMUNG – Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas

CONIC – Conselho Nacional de Igrejas Cristãs

CRB – Conferência dos Religiosos do Brasil

CRUB – Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras

 

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