O ministro da Educação, Rossieli Soares, durante a divulgação dos resultados do Enade 2017, no último dia 9, defendeu a Educação a Distância como uma “importante ferramenta de inclusão”. Para ele não é simples comparar os resultados da educação superior presencial e da educação a distância (EaD).
— Temos claramente públicos prioritariamente distintos que buscam a EaD e a presencial. Mais jovens solteiros estão em número maior na presencial, no início da vida. Na EaD estão pessoas que estão mais estabilizadas no trabalho e querem continuar crescendo na carreira — defendeu Rossieli.
O resultado mostra que 6,1% dos cursos presenciais obtiveram nota 5, o maior Conceito Enade, e 22,4% receberam nota 4 (totalizando 28,5%), enquanto 2,4% dos cursos de educação a distância (EaD) obtiveram 5 e 12,4% o conceito 4 (somando 14,8%). O Conceito Enade, calculado com base no desempenho dos estudantes, é um dos indicadores de qualidade do ensino superior.
O conceito 3 atingiu índices semelhantes nas duas modalidades: 39,1% dos presenciais e 39,6% dos de EaD. Já o conceito 2 foi o resultado para 39,4% dos cursos de EaD e para 27,6% dos presenciais. A nota mínima foi atribuída a 6,3% dos cursos de EaD e a 4,9% dos presenciais.
No geral, considerando cursos presenciais e EaD juntos, 5,9% dos cursos conseguiram o conceito máximo, 5; 21,9% ficaram com conceito 4; 39,1%, conceito 3; 28,1% tiveram conceito 2; e 5%, conceito 1.
**Indicador de Diferença**
Também com base no desempenho dos estudantes no exame é calculado o Indicador de Diferença entre os Desempenhos Esperado e Observado (IDD).
Pelo resultado, em cerca 1/5 dos cursos superiores avaliados no Enade 2017 – 21,1% – os estudantes aprenderam mais do que na maioria dos cursos que participaram do exame no ano anterior.
O IDD mede quanto o curso de graduação agregou ao desenvolvimento do estudante levando em consideração o desempenho do estudante no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), quando ingressa no ensino superior, e no Enade, quando deixa a faculdade.
Os resultados mostram que, na maioria dos cursos (59,5%), os estudantes tiveram um desenvolvimento semelhante durante a graduação, obtendo IDD 3.
Já em 19,4%, o desenvolvimento foi inferior à maioria: 3,8% obtiveram IDD 1, o mais baixo, e 15,6%, 2. Na outra ponta, 16,2% ficaram com IDD 4 e 4,9%, 5.
O resultado mostrou diferença entre os cursos a distância e presenciais. Enquanto nos cursos de Educação a Distância (EaD), 6,4% obtiveram IDD 4 ou 5, nos cursos presenciais esse percentual foi 21,6%.
Aplicação do Enade
Em 2017, cerca de 451 mil estudantes de 10,6 mil cursos de 1,5 mil instituições de ensino participaram do Enade.O Enade feito pelos estudantes ao final dos cursos de graduação. Avalia conhecimentos, competências e habilidades que foram desenvolvidas durante o curso. Os cursos são classificados seguindo uma escala de 1 a 5, levando em consideração o desempenho dos estudantes na prova.
Foram avaliadas as seguintes áreas com cursos de bacharelado e/ou licenciaturas: arquitetura e urbanismo; artes visuais; ciência da computação; ciências biológicas; ciências sociais; educação física; filosofia; física; geografia; história; letras inglês; letras português; letras português e espanhol; letras português e inglês; matemática; música; pedagogia; química; e sistema de informação.
Foram analisados também os cursos de engenharia e engenharias ambiental; civil; de alimentos; de computação; de controle e automação; de produção; elétrica; florestal; mecânica e química, além dos cursos superiores de tecnologia nas áreas de análise e desenvolvimento de sistemas; gestão da produção industrial; gestão da tecnologia da informação e redes de computadores.
Os resultados servem como orientadores das avaliações locais do ciclo avaliativo e são, segundo o Inep, importantes instrumentos de avaliação da educação superior brasileira.
Acesse o resultado do Enade no endereço abaixo:
https://bit.ly/2ILyjqE