Fórum de presidentes do CRUB enviou ofício ao Ministério da Educação, em dezembro, pedindo prioridade de vacinação para profissionais da Educação
Diante do anúncio do governador de São Paulo, nesta quarta-feira (24/3), que dará início à vacinação para profissionais da Educação do estado, a partir de 12 de abril, causou perplexidade a ausência dos professores de instituições de ensino superior na lista de prioridades.
O Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (CRUB), juntamente com a Associação Brasileira das Instituições Educacionais Evangélicas (ABIEE), a Associação Brasileira das Instituições Comunitárias de Educação Superior (ABRUC), a Associação Brasileira dos Reitores das Universidades Estaduais e Municipais (ABRUEM), a Associação Catarinense das Fundações Educacionais (ACAFE), a Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC), a Associação Nacional de Universidades Particulares (ANUP), o Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas (COMUNG), e o Fórum das Faculdades Comunitárias (FORCOM), preocupados com as prioridades divulgadas pelo Ministério da Saúde, no Plano Nacional de Imunizações (PNI) para vacinação contra a COVID-19, enviaram, em 8 de dezembro de 2020, ofício endereçado ao Ministro da Educação, Milton Ribeiro, solicitando a inclusão de todos os professores e trabalhadores da Educação na 1ª fase da vacinação.
Como justificativa do pedido, ressaltaram que professores e trabalhadores da Educação estão em contato direto com alunos e suas famílias, por isso são considerados grupo de alto risco, em função do contato físico entre estes e os alunos em um limitado espaço de sala de aula e/ou laboratório.
Vale destacar que muitos professores e trabalhadores da Educação, além do contato com os estudantes em sala de aula, utilizam transporte coletivo, considerado um dos grandes vetores de contaminação. De acordo com a epidemiologista Ethel Maciel, há pesquisas ou inquéritos sorológicos conduzidos no Brasil identificando que 42,1% das pessoas contaminadas se deslocavam por ônibus e nele permaneciam por mais de 30 minutos.
O documento demonstra ainda que a exposição dos professores com a retomada das aulas presenciais é uma preocupação compartilhada com as famílias, em especial as que convivem com idosos e outros grupos de risco, da mesma forma que com os colaboradores das escolas.
O ofício destacou que a não inclusão dos profissionais da educação no grupo prioritário de vacinação pode despertar entendimentos contrários aos da União por órgãos como Ministérios Públicos Federal, Estaduais e do Distrito Federal, Defensorias Públicas da União, dos Estados e do Distrito Federal, Sindicatos dos Professores e Técnicos Administrativos, e de organizações discentes como a UNE e a UBES.
Finalmente, o ofício solicitou ao Ministério da Educação que faça gestão junto aos demais órgãos do governo, como o Gabinete de Crise da Casa Civil, Ministério da Saúde, e todos os órgãos públicos implicados no combate à COVID-19, para que assegurem a inclusão dos professores e trabalhadores da Educação entre as pessoas prioritárias a serem vacinadas no País.