A Hoper Educação promoveu, na última quinta, 21, um webinar com especialistas na área da educação brasileira. Entre os participantes estava a presidente da Associação Nacional das Universidades Particulares (ANUP), Elizabeth Guedes, para falar sobre o futuro da Educação Híbrida no Brasil.
O evento, mediado por João Vianney, sócio-consultor da Hoper Educação e jornalista, contou também com a participação de Ronaldo Mota, representante da Academia Brasileira de Educação. Mais de 800 participantes acompanharam o debate virtualmente.
Em sua fala, Elizabeth Guedes refletiu sobre o caminho para se chegar a um cenário educacional que contemple o modelo híbrido de forma plural e eficaz. Para ela, isto vai além de apenas incorporar a tecnologia à educação. “O hibridismo liberta o professor, deixando que ele utilize o que considera ser a melhor forma de levar o conteúdo a esse aluno. É um método que se vale da tecnologia a serviço do melhor aprendizado para o aluno”, explicou.
REGULAÇÃO
Sobre a regulação desta modalidade de ensino, Elizabeth ressaltou que o foco deve ser a aprendizagem do estudante e a melhor forma de otimizar essa experiência. “Ainda há uma dificuldade do estado em pensar sobre o futuro. Ser híbrido não é misturar o EaD com o presencial, não é colocar um pouco de cada: é uma coisa só. O acesso remoto ao conteúdo pedagógico será próximo de todo mundo muito em breve”, frisou.
Ela incentivou que as IES ousem para superar obstáculos e avançar no cenário educacional. “O desafio do híbrido é o desafio da ousadia: as escolas que ousarem, inovarem e avançarem vão levar aos alunos o futuro que eles esperam”, disse.
Quanto à resolução do ensino híbrido pelo MEC, contudo, a professora afirmou que a equipe do Conselho Nacional de Educação (CNE), sob a liderança do presidente Roberto Curi, já tem uma proposta para ser analisada pelo ministério.
“Acreditamos que essa regulação não ficará no limbo, pois o órgão tem um diálogo muito amplo com o CNE, principalmente com o nosso presidente, que é o autor da resolução e está comprometido com a causa”, afirmou.
INOVAÇÃO
João Vianney ressaltou a lacuna entre o Brasil e países inovadores, como a Estônia, observando a necessidade de uma visão alinhada às demandas do século XXI. “Uma boa conversa pode abrir caminhos para a mudança na legislação”, refletiu.
Ronaldo Mota lembrou que quando era discutida, na década de 80, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) já previa a necessidade de uma regulamentação para educação mediada por tecnologia.
Nos últimos 30 anos, frisou ele, os avanços tecnológicos foram além do que se imaginava. “Hoje, não faz sentido que um curso não tenha, em sua estrutura curricular, seja presencial ou EaD, um conjunto de elementos digitais”, acrescentou.
Neste contexto, Mota alertou para o papel fundamental da linguagem tecnológica e da inteligência artificial no futuro da educação. O especialista destacou a necessidade de preparar os alunos para as mudanças em curso com o objetivo de manter a relevância global do país. “Se não nos prepararmos para isso, teremos uma educação insignificante em comparação a outros países”, refletiu ele.
Os debatedores concordaram que a ousadia e a inovação são cruciais para avançar no cenário educacional, preparando futuros profissionais para um mundo em constante transformação. Para eles, a discussão representou um passo importante em direção a uma educação mais moderna e eficaz no Brasil.
O webinar, em sua íntegra, pode ser conferido no site da Hoper aqui.