Notícias

Img

O INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) divulgou na última segunda, 22, os resultados do Censo da Educação Superior 2024. Pela primeira vez, o Brasil ultrapassou a marca de 10,2 milhões de matrículas em cursos de graduação, consolidando um marco importante para o acesso ao ensino superior (o montante era uma das metas do Plano Nacional de Educação para o decênio 2014-2024).

O presidente do Inep, Manuel Palacios, ressaltou que a expansão da oferta e da capacidade de atendimento do sistema é um resultado a ser celebrado. “Estamos com 10 milhões de estudantes, e essa é uma marca a comemorar. Uma parcela importante dessa população teve acesso à educação superior por meio de novas tecnologias. A Educação a Distância (EaD) proporcionou a ampliação da oferta e atendeu estudantes que, de outra forma, não teriam acesso à educação superior”, afirmou.

O levantamento mostrou, mais uma vez, que as faculdades, centros universitários e universidades particulares seguem como protagonistas do ensino superior brasileiro. Em 2024, elas reuniram 8,1 milhões de matrículas, o que representa mais de 80% do total. O setor também aglutina 88% dos novos ingressantes, chegando a 4,4 milhões de calouros. Do total de instituições de ensino superior do país, 2.244 são particulares – ou seja quase nove em cada dez.

A importância do setor fica evidente, ainda, nos programas de acesso e inclusão: de acordo com os dados, 155.560 estudantes do ensino superior particular são beneficiários do Programa Universidade para Todos (Prouni), enquanto 434.764 utilizam o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) para viabilizar a própria formação.

Outro marco registrado pelo Censo foi o número de matrículas em EaD superar as presenciais: em 2024, 89% das vagas nas IES particulares foram ofertadas nesta modalidade, que foi escolhida por 73% dos ingressantes. Entre 2014 e 2024, o número de matrículas em cursos a distância aumentou 286,7% e a modalidade chegou a 3.387 municípios brasileiros, o que representa um crescimento de 97% em sua presença territorial.

Desafios e avanços

Apesar do crescimento, apenas 33% dos concluintes do ensino médio em 2023 ingressaram no ensino superior em 2024. A taxa varia de acordo com a rede de ensino: 64% na federal, 27% na estadual e 60% nas particulares – índice próximo ao da rede federal. Os números reforçam que, além da expansão, ainda é preciso reduzir desigualdades regionais e sociais e ampliar a escolaridade média da população jovem.

Além dos dados do Censo, o presidente do Inep ressaltou avanços na regulação e avaliação da educação superior já em 2025, quando serão realizados, pela primeira vez, o Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed) e a Prova Nacional Docente (PND). Além disso, a partir de 2026, todos os cursos passarão a ter suas condições de oferta avaliadas anualmente, incluindo polos presenciais, por meio de estratégias amostrais.

Para a ANUP (Associação Nacional das Universidades Particulares), Censo da Educação Superior confirma que as instituições particulares seguem na dianteira da ampliação do acesso e da expansão do ensino superior no Brasil. Os dados apresentados também traduzem a capacidade de resposta da educação particular aos desafios do país: ampliar o acesso, democratizar oportunidades e contribuir para que o Brasil avance nas metas de escolaridade.

Confira a apresentação dos dados aqui.

Veja mais dados do Censo aqui.

Remodal