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“Dentes saudáveis, corpo saudável”. Essa expressão costumamos ouvir com frequência dos dentistas, assim como o conselho de visitá-los regularmente. Eles dizem que somar cuidados para com a saúde bucal é ganhar qualidade de vida. E quando se trata de pessoa com deficiência, os cuidados precisam ser redobrados. Diante disso, há 12 anos o curso de Odontologia da Universidade Paranaense prepara seus acadêmicos também para este campo de atuação, abrindo vagas de estágio na APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais). A coordenadora, professora Luciana Zafanelli, conta que este público precisa de cuidado preventivo odontológico constante, pois a maioria dos pacientes não tem plena capacidade de realizar a higiene do dia a dia. Segundo ela, o foco do trabalho dos estagiários é a prevenção de cárie e doenças periodontais. “Este estágio capacita alunos do 4º ano de Odontologia, deixando-os mais preparados e mais seguros para ingressar no mercado de trabalho caso optem em atuar nesta área, que é promissora no Brasil”, afirma a professora. Ela faz a afirmação embasada em dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), que revelam que 10% da população mundial é portadora de algum tipo de deficiência, sendo que a maioria desses indivíduos está em países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, e apenas 2% dessas pessoas recebem atendimento odontológico adequado. Já que o atendimento tem que ser diferenciado, o cirurgião-dentista precisa, além do saber técnico, ter conhecimento das particularidades do paciente e imprimir muito amor em seu trabalho. “Isso é fundamental”, destaca a professora. “Ele terá que prestar um atendimento mais humano e caloroso e é isso que nossos acadêmicos aprendem no estágio, ao se depararem com a realidade das crianças e adolescentes que requerem abordagem diferente”. O bom, segundo ela, é que quase todos os pacientes atendidos pela equipe da Unipar na APAE cooperam com as intervenções preventivas e/ou restauradoras (só casos muito graves são levados ao hospital para isso). “Nesse momento, fazemos questão de incentivar a cooperação dos familiares também, para que acompanhem os procedimentos e se conscientizem das ações de higienização que são fundamentais para o sucesso do tratamento”. Todo ano o curso de Odontologia escala 60 acadêmicos para o estágio na APAE. É um dos poucos do Brasil que fazem isso. “Nós, professores, acreditamos que cuidar, dar atenção aos  pacientes com necessidades especiais é, acima de tudo, um ato de amor, porque ninguém está livre de ter algum ente próximo especial ou até mesmo tornar-se um, em algum período da vida. Se cada um fizer a sua parte ajudando o próximo estaremos colaborando para uma sociedade mais fraterna!”, interpreta a coordenadora. A diretora da APAE, professora Eliana Soares Cerci, concorda, ressaltando que o convênio com o curso de Odontologia é de suma importância: “Aproximadamente 250 pessoas, entre crianças, adolescentes e adultos, são beneficiadas com o atendimento atencioso e competente da equipe da Unipar; somos gratos por isso, porque, não fosse essa parceria, a entidade não teria condições de investir em tratamento odontológico, assim como a maioria dos pais. É uma benesse imensurável!”.

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