A pandemia de covid-19 e todo o isolamento social imposto para evitar o contágio pelo novo coronavírus jogou luz sobre a importância de se cuidar melhor da saúde mental da população. Dados do Sistema Único de Saúde (SUS) de 2020 apontam que 85% dos brasileiros sofrem com ansiedade no país. A preocupação é real e está em quase todas as esferas da população, mas uma delas ganhou um acalento extra pelas mãos do projeto social Fique Bem.
“O Fique Bem é um projeto da ONG educacional Gaia+ para o professor, pelo professor e com o professor. Queremos abrir um espaço de escuta e cuidado para esses profissionais que trazem esperança para futuro melhor”, explica o coordenador do projeto Eduardo Pacífico. Assim como as crianças, os professores tiveram a sua rotina completamente abalada com o fechamento das escolas.
A ideia nasceu quando começou a pandemia. Eduardo lembra que os jornais fizeram muitas reportagens sobre as novas rotinas das crianças e pais, mas não falavam dos professores. Por causa dos muitos projetos que faziam com o Gaia+, o contato com os profissionais se manteve, e as queixas começaram a chegar. “Estamos ficando doidos e sobrecarregados”, dizia a maioria. Então o projeto resolveu se organizar para ajudar esses professores.
Foi formada uma equipe multidisciplinar com educadores, profissionais da saúde, pedagogos e representantes das prefeituras para produzir vídeos explicativos com conteúdo de qualidade e entregar aos professores. Eram animações falando de ansiedade, depressão, higiene do sono, alimentação, autoaceitação que todos os professores tiveram que aprender para lidar com o novo normal.
Após 10 semanas de ação, o Fique Bem começou a intercalar as animações com vídeos de professores contando suas experiências de ensino na pandemia, e profissionais do projeto respondendo às principais perguntas que chegavam. Em seguida, as Secretarias de Educação dos municípios entraram em contato e começaram a promover lives de graça e fechadas para professores.
“No final de 2020, pensamos se já tínhamos esgotado as possibilidades de vídeos e se o projeto deveria parar. Conversamos com os professores mais ativos e a decisão foi unânime: o projeto tem que continuar”, lembra Eduardo. Ele conta que os professores elogiaram muito o tom leve das discussões em tempos tão difíceis, e pediram uma versão escrita dos assuntos. Foi assim que surgiu também a revista online do Fique Bem.
Todos os vídeos são direcionados para profissionais da Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio, mas acabam servindo para todas as profissões por conta da equipe multidisciplinar que forma o projeto. As revistas também contam com colunas fixas sobre feminismo, racismo, pedagogia do encanto e sobre compaixão na escola. A única parte restrita aos professores é o curso de formação Corações e mentes, adaptado pelo projeto de um curso original norte-americano.
“Tudo o que o projeto ensina a gente já vivenciou de alguma maneira. E isso faz a entrega ser mais genuína. Agora, em 2021, queremos aprofundar os assuntos e dialogar com profissionais experientes, tanto em educação quanto em saúde mental”, contextualiza Eduardo.
O projeto trabalha com voluntários e patrocínio de entidades filantrópicas, além de embaixadores, como a Jornalista Mariana Ferrão. Além dos vídeos e curso, doações são feitas para crianças do projeto Gaia+ Lab, na cidade de Piracicaba, interior de São Paulo, sede do projeto.
Para conhecer o Fique Bem, acesse o site do projeto: https://fiquebem.dagora.net/index.html
Doações podem ser feitas em itens de material de papelaria, máscaras de qualidade pra crianças e adultos, material de limpeza, álcool em gel, cestas básicas e higiene pessoal. Quem preferir doar em dinheiro, o PIX do projeto é o CNPJ da empresa: 21.354.603/0001.61
Fonte: Portal UOL