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Atualmente, os processos seletivos são semelhantes a uma fotografia: captam o momento da vida do estudante. Nos debates sobre como melhorar os exames, uma das propostas dos especialistas é fazê-los mais semelhantes a filmes. Isso significa tornar os vestibulares um registro do processo de aprendizado dos alunos, o que traz foco às provas seriadas.

Já há alguns exemplos da proposta em vigor no País, em instituições como a Universidade de Brasília (UnB), a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), a Universidade Estadual de Maringá (UEM) e a Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Um dos projetos pioneiros é o da UnB. Desde 1995, o Programa de Avaliação Seriada (PAS) tem como objetivo integrar a educação básica à superior. É realizado em três etapas, com uma prova interdisciplinar a cada encerramento de série do médio.

As provas são orientadas por uma matriz de referências estabelecida em objetos de conhecimento.

Com referência aos exames entre 2020 e 2022, entre outros, foram abordados temas como o indivíduo, cultura e identidade; número, grandeza e forma; energia, equilíbrio e movimento; e a formação do mundo ocidental. A classificação dos candidatos é feita após a prova da terceira etapa, com base na média ponderada obtida nos resultados dos exames realizados ao fim de cada série.

A UnB destina metade das vagas em todos os seus cursos aos aprovados no PAS.

Na federal de Juiz de Fora, o Programa de Ingresso Seletivo Misto (Pism), que vigora desde 2001, é formatado de modo bem semelhante: os candidatos participam de três módulos de avaliação, cada um no fim de cada ano do médio.

Durante o desenvolvimento do Pism, foram considerados fatores como a realização de um levantamento do que era aprendido em cada um dos anos do ensino médio, a suavização do conteúdo do vestibular dividido em três anos e a priorização da comunidade local.

O material a ser estudado seria o mesmo do vestibular, porém com um programa mais enxuto e adequado a cada faixa etária na época da avaliação.

Por ser um processo de avaliação seriada, o Pism permite ao candidato aprimorar seu desempenho ao longo das etapas, baseando-se no resultado que recebe a cada módulo concluído.

Com isso, ele pode avaliar quais os conteúdos que precisam de uma maior atenção e corrigir as falhas. No exame de 2020, foram 40.126 inscrições, o que representou um aumento de 15% em relação a 2019, com 34.798 candidatos.

Em maio do ano passado, o Ministério da Educação (MEC) divulgou o projeto do Enem Seriado. Previsto para ter início em 2021, o novo formato reuniria avaliações aplicadas na conclusão de cada um dos três anos escolares. Com o fim do ciclo, cada aluno teria uma nota final que poderia ser usada para a entrada no ensino superior e até em programas como o ProUni (que oferece bolsas em universidades privadas) e o Fies (que possibilita o financiamento estudantil).

Quando fez o anúncio, o Inep garantiu que a criação da avaliação não excluiria a edição do Enem tradicional. Após a divulgação da proposta, houve a troca de ministros no MEC – saiu Abraham Weintraub e entrou Milton Ribeiro – e não houve mais atualização sobre a proposta.

Fonte: O Estado de S.Paulo

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