Ministério da Educação anunciou nesta segunda-feira (2) que vai entregar a última versão da Base Nacional Comum Curricular(BNCC) do ensino médio ao Conselho Nacional de Educação (CNE) na tarde desta terça (3).
A BNCC é documento que vai nortear o que deve ser ensinado nas escolas, levando em conta o que está previsto na reforma do ensino médio aprovada em dezembro do ano passado. A primeira parte da norma, referente à educação infantil e ao ensino fundamental, foi homologada em dezembro do ano passado.
Após a entrega da versão final, o documento chega à última fase de elaboração: a discussão e votação do texto pelos conselheiros do CNE.
Ao G1, Eduardo Deschamps, presidente do CNE, afirmou, na noite desta segunda, que os conselheiros se reunirão na semana que vem para discutir o calendário desse processo, e confirmou que ele incluirá a realização de audiências públicas pelo Brasil, nos mesmos moldes do que ocorreu com a BNCC dos ensinos infantil e médio.
Depois do último debate públic, os conselheiros se reuniram para votar se aprovam ou não o documento. Então, ele retornará ao MEC para a homologação.
Só duas disciplinas obrigatórias
Apesar de o texto final ainda não ser público, o Ministério da Educação já adiantou alguns conteúdos da última versão da BNCC do ensino médio. Um deles é o fato de que apenas as disciplinas de matemática e língua portuguesa serão obrigatórias nos três anos do ensino médio.
As demais, as 12 restantes, como física, química, filosofia, por exemplo, aparecem de maneira interdisciplinar em três áreas de conhecimento definidas como ciências humanas, ciências da natureza e linguagens e suas tecnologias.
Em uma apresentação a secretários da Educação, em São Paulo, no fim de fevereiro, O MEC adianto, ainda, que não haverá orientações detalhadas de habilidades que devem ser ensinadas nos itinerários formativos, previstos na reforma do ensino médio.
Em fevereiro, Cesar Callegari, presidente da comissão de elaboração da base no CNE, afirmou que essa decisão do MEC induz a uma concepção errada de que somente as disciplinas de português e matemática são importantes.
“E elas não se sustentam sozinhas. As demais disciplinas não são tratadas como componentes curriculares, não há base conceitual. Cria uma imensa instabilidade junto aos professores brasileiros.”
Callegari defende o rompimento das disciplinas isoladas como ocorre hoje, mas, por outro lado, diz que elas não podem ser abandonadas.