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Com cerca de 90% de seus alunos matriculados em ensino a distância e a outra fatia distribuída em cursos presenciais, com destaque para medicina, a Unicesumar, instituição de ensino do Paraná, é alvo cada vez maior dos investidores por atuar nos dois segmentos da educação superior que mais crescem. “De fato, somos muito assediados e nossa postura sempre foi de conversar, estamos abertos a conversas com grupos qualificados. Mas não estamos à venda”, disse Wilson de Matos Filho, vice-reitor e um dos sócios da UniCesumar.

Segundo fontes, as investidas mais recentes partiram da Vitru (dona da Uniasselvi), que teria contratado o UBS, e da Cruzeiro do Sul, que está levantando R$ 1,5 bilhão com bancos. Ambas, que abriram capital recentemente, informaram não comentar rumores de mercado. A Vitru e a Cesumar chegaram a conversar sobre uma fusão antes do IPO da dona da Uniasselvi, realizado em setembro, mas não houve acordo pelo fato do grupo paranaense ser maior.

No ano passado, o grupo registrou receita de R$ 1 bilhão e tem 314 mil alunos no ensino a distância e 20 mil no presencial – destes, 1,7 mil são de medicina. Considerando o número de estudantes, a Cesumar divide a quinta posição com a Ânima, que acaba de fechar a aquisição da Laureate Brasil, entre os maiores grupos de ensino superior privado do país.

Matos Filho diz que seu projeto é fazer aquisições e uma abertura de capital quando o cenário econômico do país melhorar. “Há oportunidades de aquisições, muitos grupos foram afetados pela redução do Fies [programa de financiamento estudantil do governo federal] e mais recentemente pela pandemia. Procuramos instituições de médio porte com perfil semelhante ao nosso”, afirmou.

De acordo com o vice-reitor, o grupo pode usar recursos do caixa e tem um financiamento pré aprovado de R$ 100 milhões da IFC – International Finance Corporation, braço do Banco Mundial para o setor privado, além do endividamento ser praticamente zero.

A UniCesumar é controlada por quatro famílias, sendo que os Matos é quem estão à frente da operação. Segundo fontes, a venda da UniCesumar não saiu até hoje devido ao forte apego de um dos fundadores, o reitor Wilson de Matos Silva, à instituição criada há 30 anos. Matos, de 73 anos, tem uma casa dentro do campus de Maringá e cuida de todos os detalhes da universidade. Além disso, ainda segundo fontes, não há problemas de sucessão, com várias pessoas da família trabalhando no grupo, nem tampouco dificuldades financeiras entre os sócios que poderiam motivar uma venda.

O grupo possui campi para seus cursos presenciais em Maringá, Londrina, Curitiba, Ponta Grossa (PR) e em Corumbá (MS), além de 700 polos de ensino a distância distribuídos no país. Até o fim do ano, esse número deve saltar para 1 mil unidades. A UniCesumar tem ainda uma operação internacional, com polos de EAD em Londres, Estados Unidos, Japão, Dubai e Genebra onde há 720 alunos, com meta de dobrar até o fim do ano. Esses estudantes são brasileiros que moram nesses países.

Como seus pares, a Unicesumar conseguiu crescimento de calouros no segmento digital no último vestibular. A base de alunos, neste começo de ano, cresceu 25% nos cursos on-line e ficou estável no presencial quando comparado a 2020. Ele diz que não entrou em guerra de preços para captar calouros e que o valor médio das mensalidades manteve-se em R$ 250 no on-line e R$ 1 mil, no presencial. Na medicina, o valor médio dos cursos é R$ 9,4 mil.

Fonte: Valor online

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