Turbinado na era Lula, o programa de financiamento estudantil, FIES, transformou o diploma universitário em sonho de consumo possível de uma Classe C então em ascensão. O sonho acabou com o fim do programa e a crise econômica dos últimos anos, mas o novo status conferido ao Ensino a Distância (EAD) na pandemia, começa a ser visto como uma oportunidade para despertá-lo.
Após realizar uma pesquisa que constatou que o curso superior não é prioridade para os jovens e que a grande maioria não sabe que pode almejar entrar em uma universidade por falta de referências na família, a Kroton, braço de ensino superior da Cogna, está investindo numa campanha aspiracional para despertar o desejo de estudar.
“Vamos levar a informação para quem não sabe que pode fazer ensino superior”, diz Leonardo Queiroz, vice-presidente de crescimento da Kroton, que reúne as marcas Anhanguera, Pitágoras, Unopar, Unime, Unic, Fama e Uniderp. “Com R$ 150 a mensalidade no EAD, todo mundo pode estudar”.
Assinada pelas agências Ogilvy e Jüssi, a campanha usa mídia programática para falar de profissões alinhadas com os interesses que cada um manifesta navegando nas redes e na internet. O planejamento inclui ações no TikTok e influenciadoras como Iza e Fernanda Gentil, que já eram embaixadoras das marcas Anhanguera e Unopar, respectivamente.
Campanhas aspiracionais não são comuns na comunicação das universidades, que durante anos se apoiou no Fies para uma demanda e receita constantes, mas que com o fim do programa passou a focar em preço e condições de pagamento para atrair os estudantes.
O EAD da Kroton pós pandemia ganha um discurso que vai além do preço, com novos cursos atentos às demandas do mercado de trabalho e um apelo de conveniência. O conteúdo está sendo atualizado com o foco em usabilidade no celular, por exemplo. Há dois meses, a empresa também lançou uma Academia Tech, com 12 cursos online de programação desenvolvidos com foco a partir de conversas com empregadores. O curso custa a partir de R$ 129 e permite ingressar no mercado de trabalho em um ano. Em dois, a pessoa sai com diploma de graduação do MEC.
“Todo mundo compete pelo mercado de 1 milhão de novos alunos por ano. Mas temos 32 milhões de jovens que podem ter a vida transformada, especialmente agora com o EAD, e que podem estudar a qualquer hora e de qualquer lugar”, diz Queiroz.
Para quem a mensalidade do EAD pesa no bolso, a Kroton empresa lançou recentemente um programa de comissionamento que permite aos jovens ganharem uma mensalidade para cada nova matrícula obtida para uma das faculdades do grupo. Se vender uma nova matrícula por mês, o estudante consegue estudar na faixa.
Fonte: O Globo online