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Chegou a hora de implementar curricularização da extensão de forma estratégia nas instituições de ensino superior. Se já era uma proposta interessante para repensar o modelo de ensino, agora é fundamental. A estratégia prevista no PNE – Plano Nacional de Educação, foi regulamentada pela Resolução nº 7 MEC/CNE/CES, de 18 de dezembro de 2018.

No entanto, no despacho de 24 de dezembro de 2020, o Ministro da Educação, Milton Ribeiro, estabeleceu a prorrogação de novas Diretrizes Curriculares Nacionais, entre elas, a Resolução CNE/CES nº 7/2018, que estabelece as diretrizes para a Extensão na Educação Superior. Com isso, a data limite para implantação da extensão nos currículos dos cursos de graduação das IES brasileiras, entre outros dispositivos da Resolução, passa a ser 19 de dezembro de 2022.

Temos visto diversas movimentações nas IES no sentido de adequar os seus currículos à resolução. Muito se tem discutido e estudado sobre a melhor forma de inserir a extensão no currículo, alinhado ao posicionamento estratégico e expectativas de cada IES.

Atuando na implementação da inserção da extensão nos currículos dos cursos, temos nos deparado com alguns desafios que cada IES deverá definir a melhor estratégia para a sustentabilidade de seus Projetos Pedagógicos.

Há mais de 7 anos temos visto as IES investirem em metodologias ativas de aprendizagem ao seu corpo docente e de gestão. Muitas vezes, sua aplicação restringe-se a iniciativas pontuais de docentes ou coordenadores que têm o viés da aprendizagem ativa e do aluno protagonista. As IES onde há a aplicação de projetos integradores ou multidisciplinares também vão nesta correnteza.

Com a inserção da extensão nos currículos dos cursos, seja na disciplina ou nos projetos, caberá ao docente acompanhar a formação integral dos alunos. As metodologias ativas são as principais ferramentas para este acompanhamento.

Além do acompanhamento das competências transversais, como, trabalho em equipe, colaboração, assertividade, gestão de tempo, iniciativa, entre outras, é necessário conhecer as competências de cada curso. Dessa forma, proporcionar um modelo de aprendizagem por competências daquelas que irão fazer parte dos projetos. Assim, garantindo a aprendizagem do estudante.

Cada vez mais vejo professores envolvidos com projetos nas IES, propondo desafios, definindo o edital e o alcance, conduzindo e direcionando os estudantes e os grupos para atingirem os objetivos propostos. Esta capacidade docente é mais abrangente que o papel do professor tradicional e exigirá conhecimento, habilidades e atitudes docente mais amplas e mais próximas do aluno para atingirem a proposta pedagógica do projeto e da extensão.

Muitas vezes nos deparamos com um processo de avaliação institucional tradicional que dificulta a IES rumar para o futuro e que limita o desenvolvimento da aprendizagem ativa. Isto ocorre porque avaliar o desenvolvimento de competências remete um processo de avaliação integral do aluno. Em alguns casos a avaliação tradicional não é suficiente.

Assim, a IES deve repensar seu processo de avaliação para permitir o poder de criação de verificações e validações de aprendizagem adequados à aplicação da aprendizagem por competências.

Estamos diante de um momento bastante oportuno e único na história da educação superior brasileira. A pandemia disseminou o uso de tecnologia nas aulas, quebrando um paradigma sobre a aula tradicional. Tem-se a possibilidade de atuar com o ensino híbrido nos cursos e ainda inserir a extensão no currículo. E não estamos falando de aumento de carga horária dos cursos.

Pelo contrário, esta otimização com a remodelagem curricular pode estabelecer um currículo contemporâneo, mais tecnológico, híbrido, com o aluno protagonista de seu aprendizado e que atue junto à sociedade do entorno da IES, proporcionando aprendizado no mundo real.

Implantar um projeto pedagógico voltado à extensão curricularizada remete a desenvolver um modelo mais amplo de aprendizagem para o estudante. Ter uma ferramenta que garanta a sustentabilidade do processo remodelado proporciona rodar o modelo implantado de forma estruturada, com um processo robusto e sistematizado. Além de garantir um banco de dados e um repositório destes projetos (extensão, integradores, TCC etc.) e validando futuras verificações formais do MEC.

Trabalhar a extensão no currículo requer garantir que todos os alunos de todos os cursos terão pelo menos 10% da carga horária total do curso trabalhadas em projetos de extensão. O relacionamento e o envolvimento das partes interessadas no campo de influência da IES serão fundamentais para que os projetos tenham êxito ao longo dos anos.

Agentes como a Comunidade, Prefeituras, Hospitais, comércio em geral, ONGs, empresas e indústrias da região, entre outros, serão peças chave no acompanhamento para a melhoria contínua do processo.

Muitas são as variáveis e os fatores críticos de sucesso para a implementação da curricularização da extensão nas IES. O caminho iniciou-se há alguns anos com o uso das metodologias ativas, a familiarização da aplicação de projetos institucionais e interdisciplinares, a implantação do currículo por projetos e por competências.

Todas estas iniciativas serão de grande valia na inserção da extensão no currículo e, a familiaridade de aplicar as metodologias ativas, trabalhar com projetos nos cursos e o aprendizado adquirido, irão ditar o ritmo deste novo modelo.

Fonte: Desafios da Educação

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