
Divulgados na última quarta, 30, os dados do estudo Demografia Médica no Brasil trouxeram como novidade que as mulheres serão maioria na profissão até o fim deste ano, representando 50,9% da categoria; nos próximos dez anos, esse índice chegará a 56%. Elas já são maioria nas salas de aula: 66% dos estudantes e 58% dos residentes.
Ainda quando se fala na formação médica, os números apontam que entre 2014 e 2023, período contemplado pelo estudo, foram autorizadas 27.921 vagas de Medicina e mais de 90% das vagas abertas em Medicina foram em instituições particulares – o crescimento se justifica pela demanda criada pelo programa Mais Médicos.
O programa do governo federal tem como objetivo sanar a alta concentração médica em determinadas regiões do Brasil, enquanto outras ainda estão desassistidas,
por meio da abertura de novos cursos em municípios cuja relação de médicos por habitantes é inferior à média da OCDE.
De acordo com o levantamento, o número de médicos por mil habitantes no país ficou em 2,98, acima de nações como Estados Unidos e Coreia do Sul, mas abaixo de outras 32 nações pertencentes à OCDE, cuja média é de 3,70.
Atualmente, cerca de 184 processos em análise no Ministério da Educação solicitam abertura de novos vagas e 110 a expansão no número de vagas. Isso pode explicar outro dado: a concorrência para ingressar na graduação em Medicina caiu 59,5%, de 46,51 candidatos por vaga em 2014 para 18,81 em 2023.
No entanto, o ingresso em cursos de Medicina continua sendo um dos mais competitivos entre os cursos de graduação. A área supera tanto outros cursos da área da saúde – como enfermagem, odontologia e farmácia – quanto cursos considerados “tradicionais” de outras áreas – como direito e engenharia civil.
O estudo mostra que existem pouco mais de 597 mil médicos em atividade no Brasil. Em 2023, eram 562 mil. E, no final de 2025, deverão ser 635 mil.
Os dados foram divulgados em meio às discussões sobre medidas para melhoria da qualidade da formação médica e cerca de uma semana após o lançamento, pelo governo federal, do Enamed (Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica) que, na visão da ANUP, representa um avanço importante para a avaliação criteriosa da formação médica no país – pauta pela qual a associação tem atuado de forma contínua nos últimos anos.
A íntegra do estudo “Demografia Médica no Brasil” pode ser encontrada aqui.