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A pandemia de Covid-19 atuou como uma lupa para mostrar desigualdades entre os sistemas educacionais ao redor do mundo. Países que já acumulavam bons resultados conseguiram responder melhor ao desafio. A afirmação é do diretor de educação da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Andreas Schleicher. Ele é responsável pela principal avaliação global de estudantes, o Pisa: “Podemos ver que alguns sistemas, como o da Dinamarca, conseguiram manter escolas abertas, mas outros, como o do Brasil, perderam quase um ano letivo inteiro”.

Uma pesquisa feita pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) mostrou que, em 2020, o Brasil ficou, em média, 279 dias letivos sem aula. Outros países, como os vizinhos Chile e Argentina, ficaram 199 dias parados, em média.

As diferentes realidades vividas pelos sistemas educacionais podem ser explicadas por uma análise de seu desempenho no Pisa e as características em comum entre países que vão bem na avaliação: “Há algo que explica isso: são os sistemas educativos que têm grande capacidade de resposta na linha de frente, com desenhos criativos para lidar com ambientes diversos. As escolas nesses lugares são capazes de proporcionar ambientes seguros e manter professores motivados”.

O educador afirmou que as necessidades impostas pela pandemia fizeram com que os sistemas tivessem que incrementar o acesso à internet e ampliar possibilidades aos estudantes, o que pode ser considerado um legado importante desse período. Schleicher ressaltou, no entanto, que somente o maior acesso não é suficiente: “A tecnologia pode ampliar desigualdades sociais. Ela tem potencial para fechar lacunas, mas, se não cuidamos disso, veremos estudantes de lares menos privilegiados sofrendo ainda mais”.

Fonte: O Globo

 

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