A Universidade de Oxford é uma das mais tradicionais do mundo, mas o ano de 2017 foi o primeiro nos quase mil anos da instituição em que foram aceitas mais mulheres do que homens em seus concorridos cursos de graduação. A diferença foi pequena: 1.070 mulheres contra 1.025 homens foram admitidos no segundo semestre do ano passado.
A mudança é resultado do número recorde de mulheres candidatas, mas também de políticas adotadas pela universidade. As primeiras mulheres começaram a ser aceitas no século XIX, mas até 1974 ainda existiam cursos apenas masculinos. No último vestibular, Oxford aumentou em 15 minutos o tempo das provas de matemática e ciências, para aumentar as chances das candidatas, que, segundo os líderes acadêmicos, “são mais afetadas pela pressão do tempo”.
Cerca de um terço das 38 faculdades de Oxford são dirigidas por mulheres, e a professora Louise Richardson é vice-reitora desde 2016. A Rhodes House, que administra as bolsas de estudo Rhodes, anunciou este mês sua primeira diretora.
"É um sinal bem-vindo do progresso das candidatas a entrarem em Oxford e nós vamos continuar mirando a paridade de gênero quando se trata de admissão", disse Samina Khan, diretora do setor de admissões da universidade, ao “Daily Mail”.
Em Cambridge, os homens continuam à frente, com 1.440 admissões contra 1.045 das mulheres. Mas em todo o Reino Unido, 564.245 mulheres foram aceitas pelas universidades, contra 451.175 homens.
Mas na questão étnica, Oxford continua sendo alvo de críticas. Ano passado, as admissões de negros aumentaram um pouco: de um recorde de 435 candidaturas, 65 conseguiram uma vaga, contra 55 no ano anterior. Em Cambridge foram selecionados 75 estudantes negros, contra 55 em 2016.