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Com o número crescente de alunos matriculados na modalidade de ensino a distância (EAD) – já são cerca de 3 milhões no ensino superior, mesmo número do presencial – especialistas defendem mudanças no modelo.

Em vez do sistema tradicional, que prevê apenas um trabalho de conclusão de curso (TCC), o EAD deve adotar o “aprendizado por competência”, ou seja, o aluno desenvolve projetos para aplicar na prática o que está aprendendo. “A maioria dos cursos hoje não é digital, é apenas uma transposição do conteúdo presencial para o EAD. O mundo está mudando rapidamente, precisamos ter um aprendizado por competência, que privilegia o saber pensar”, disse o professor Neri dos Santos, CEO do Instituto Stela e criador do EAD.

Desenvolver a capacidade de saber pensar e com isso conseguir se adaptar rapidamente é uma habilidade que vem sendo ministrada, em especial, em escolas premium na modalidade presencial.

A PUC-PR e a UniAméricas, centro universitário de Ryon Braga, recentemente adquirida pela startup Descomplica, por exemplo, já trabalham com aprendizado por projeto no presencial e planejam adotar o mesmo modelo no EAD. Na UniAmérica, além de trabalhar com esse formato, os cursos são desenhados conforme a demanda do mercado.

Braga diz que o modelo de “aprendizado por competência” deveria ser adotado no ensino online: “Os cursos de EAD no Brasil ainda são ruins, são assíncronos [usam aula gravada].O aluno pode estudar a teoria em casa, sozinho, mas nas discussões dos projetos o orientador e os alunos precisam estar juntos de forma síncrona [ao vivo], via plataforma digital”.

“Não é um desafio simples porque trabalhar por competência requer socialização, que se perde com a distância. Mas as ferramentas de tecnologia de socialização substituem bem e não há perdas”, disse Vidal Martins, reitor da PUC-PR. Mas em sua visão de Martins esse tipo de curso EAD será de nicho porque requer uma interação quase individual e constante entre professores e alunos.

Fonte: Valor Econômico

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