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O modelo de aprendizado mudou muito desde a última década, aproximando-se cada vez mais da realidade da Pirâmide de Aprendizagem de William Glasser, que é dividida em dois tipos: a aprendizagem passiva e a aprendizagem ativa. Este modelo de ensino fala que atingimos 95% da retenção do conhecimento ensinando outras pessoas e 80% praticando aquilo que aprendemos.

Desta forma, o modelo tradicional de ensino, no qual o aluno permanece na sala de aula escutando a matéria que o professor ensina, sem praticar o que foi ensinado e sem participar ativamente do seu processo de aprendizagem já está sendo abandonado. Novas tecnologias e soluções estão sendo criadas para acompanhar essa mudança, principalmente com o crescimento do modelo de Ensino a Distância (EAD), adotado durante a pandemia da covid-19.

As novas gerações de crianças e adolescentes, acostumadas com as telas de seus smartphones é muito mais adaptada a esse modelo de aprendizado, já que a interação com o meio digital acontece de forma mais precoce. Com a crise sanitária acarretada pela covid-19, esse cenário se intensificou, com a criação do termo “bebês de pandemia”, com um aumento do relato de pais e mães sobre a dificuldade dos seus filhos em iniciarem a fala e as dificuldades de interação social. Isso evidencia que a forma de comunicação mudou, com um aumento do tempo de tela de crianças, desaconselhado pelos pediatras e psiquiatras, mas muitas vezes a única forma de interação de crianças que ficam em casa enquanto seus pais, também em casa em modelo de trabalho de home office, não podem interagir de outra forma.

O grande desafio dos educadores, com esse novo cenário de aprendizado, mais virtual e com crianças e adolescentes mais distantes do relacionamento interpessoal presencial é de garantir o melhor modelo de aprendizado, mesmo com a alteração da forma de entrega do ensino. Para resolver esse problema, empresas de educação surgiram, as chamadas EdTechs, com sua grande maioria voltada ao ensino adaptativo de jovens e crianças.

As EdTechs têm em sua proposta alterar o formato de ensino, contribuindo muitas vezes em levar mais acesso a alunos em áreas deficientes de acompanhamento em educação. Em um país com mais de 5 milhões de crianças e adolescentes sem acesso à educação, de acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância, qualquer formato de aprendizado já melhora esse cenário, seja através de plataformas de ensino, videochamadas com professores ou até mesmo cursinhos populares.

Desta forma, seguir o modelo de William Glasser, com plataformas interativas, que o aluno consegue aprender com o que ele já acessa na internet e mídias sociais é sem dúvidas um ótimo caminho. Contudo, competir a atenção com as telas de plataformas de streaming, redes sociais e influenciadores digitais é um dos maiores desafios das startups de educação. Os alunos já estão “saturados” de tanta tela e entre escolher uma série e a aula, sem dúvida a aula fica em segundo plano.

A pergunta final às EdTechs é: como fazer que o aluno aprenda praticando e ensinado, de uma forma inovadora, sem aumentar seu tempo de tela de aplicativos e videoaulas?

*Rafael Kenji Hamada, CEO da Feluma Ventures

Fonte: Estadão online

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