A Associação Nacional das Universidades Particulares (ANUP) manifesta apoio à Mobilização Nacional dos Bolsistas Mais Médicos. O movimento reivindica a implantação de uma política de assistência estudantil pelo Ministério da Educação (MEC) voltada a assegurar a permanência e a formação desses alunos.
A falta desses incentivos representa mais uma dificuldade aos estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica que possuem bolsas de estudo nas faculdades de Medicina com cursos autorizados conforme a Lei do Mais Médicos.
O movimento foi criado há pouco mais de um ano. Além da ANUP, o grupo também conquistou apoio da União Nacional dos Estudantes (UNE).
A ANUP entende que a sobrevivência do Programa Mais Médicos enquanto uma importante política de interiorização da educação médica e da assistência à saúde, que completou dez anos no ano passado, depende também da implementação de uma política de assistência e permanência dos estudantes em sala de aula.
A associação reconhece os desafios enfrentados pelos bolsistas, sobretudo em questões relacionadas à acessibilidade, necessidades específicas de saúde e dificuldades financeiras que exercem forte impacto no processo de formação.
“É imprescindível regulamentar uma política de assistência estudantil para os alunos dos cursos de Medicina do Programa Mais Médicos. Mas é preciso que essa política ofereça, efetivamente, condições para que esses jovens se mantenham estudando e se formem”, defende Elizabeth Guedes, presidente da ANUP.
“A adesão da ANUP a este movimento reflete não só nosso compromisso com a qualidade da educação médica, mas também com a justiça social e o acesso à saúde para todos os brasileiros”, acrescenta.
De acordo com Jefferson Alves, presidente da Associação Nacional dos Bolsistas Mais Médicos e estudante do 5º período de medicina em Bacabal (MA), o ministro Camilo Santana anunciou publicamente, em dezembro do ano passado, que a bolsa de permanência seria regulamentada ainda em 2024.
“É inadmissível que, ao longo desses dez anos, esse tema não tenha sido abordado”, lamenta o estudante.
Ainda segundo Jefferson, só com a regulamentação de uma assistência estudantil será possível evitar que mais estudantes percam a bolsa ou tranquem o curso por causa das dificuldades socioeconômicas que enfrentam.
“Quem sofre as consequências disso é o filho da dona Maria e do seu João, que, além da jornada integral de estudos, precisa trabalhar para sobreviver e não pode diminuir o rendimento acadêmico, pois em caso de reprovação perderá a bolsa de estudos. A nossa luta é por dignidade. Quem entrou na faculdade quer a garantia de que irá se formar”, frisa.
Confira o pronunciamento do presidente da Associação Nacional dos Bolsistas Mais Médicos. Clique aqui.