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As buscas por cursos de pós-graduação lato sensu (que englobam especializações e MBAs) aumentam ano após ano desde 2016 no Brasil. A pesquisa Panorama da Pós-graduação, realizada pela Expertise Educação com base em dados do Google, deixa claro que, a partir de 2020, esse crescimento foi sustentado pelo interesse na educação a distância (EAD).

Segundo o diretor de produto e negócios da Plataforma A, Ricardo Ponsirenas, a evolução da demanda foi acompanhada pela oferta neste período. “As instituições estão acordando para a pós-graduação lato sensu EaD ao mesmo tempo que as pessoas estão vislumbrando a necessidade de novos conhecimentos para crescer na carreira.”

Parte desse movimento é explicado pela propagação do lifelong learning. Antes mais restrito a áreas como saúde e tecnologia da informação (TI), o conceito de aprender durante a vida inteira está, cada vez mais, cristalizando-se em outros setores. Entre eles, Negócios, Educação e Direito.

“Os cursos de pós-graduação lato sensu EaD são uma ótima ferramenta para manter o profissional atualizado”, afirma Ponsirenas. “Eles possuem profundidade acadêmica e são facilmente adaptáveis ao mercado de trabalho”.

O portal Desafios da Educação explora o que leva os alunos a buscarem cursos de pós-graduação lato sensu EaD, o porquê da preferência atual pelo EaD e como as instituições de ensino superior (IES) devem planejar sua oferta em termos de portfólio, tecnologia, metodologia e conteúdo.

O estudo Panorama da Pós-graduação aponta as principais necessidades dos alunos que procuram um curso deste nível de ensino.

Ou seja, seis das sete necessidades identificadas estão diretamente ligadas à vida profissional. “Isso mostra que os serviços de carreira são diferenciais importantíssimos que fazem com que os alunos decidam pela matrícula em determinada instituição”, avalia Ponsirenas.

Os alunos ainda levam em conta a qualidade acadêmica, o conteúdo e o corpo docente. O preço tem que caber no bolso, claro. Mas a escolha não privilegia as mensalidades mais baratas e, sim, os diferenciais acadêmicos. Outro fator de peso é o reconhecimento da marca da IES pelos empregadores da região em que o profissional atua.

Na hora de montar um portfólio de cursos de pós-graduação EAD lato sensu, portanto, as instituições devem considerar o mercado de trabalho e a vocação econômica da região, assim como as áreas do conhecimento em que ela tem tradição reconhecida.

Nesse sentido, é crucial ter capacidade para fazer alianças com os empregadores. “Esse é o melhor casamento para o aluno encontrar em uma pós-graduação: conhecimento aliado a parcerias com empresas da região em que ele trabalha”, completa o diretor de produto e negócios da Plataforma A.

Se as necessidades dos alunos estão conectadas à empregabilidade, as instituições precisam entregar serviços de carreira na pós-graduação lato sensu EaD.

A metodologia, inclusive, pode ajudar. A Sagah, por exemplo, criou um modelo de certificação intermediária. Em uma especialização de 360 horas e duração de 12 meses, o aluno passa por quatro eixos temáticos de caráter trimestral. Ao fim de cada eixo, se aprovado, ele recebe um certificado.

A vantagem, nesse caso, é que não é necessário esperar um ano – ou dois, conforme a duração do curso – para receber o título e, assim, subir de patamar na carreira. Em apenas três meses, o profissional tem sua evolução ratificada pela instituição e, consequentemente, pelo mercado.

Ao mesmo tempo, o pós-graduando deseja experiências de atualização profissional. No modelo da Sagah, isso é proporcionado por meio de atividades extra curso que o ajudam a entender a dinâmica atual e seu posicionamento no mundo do trabalho.

O foco está em consultoria de carreira com o objetivo de acelerar promoções e recolocações no mercado. As atividades contam com grupos fechados no LinkedIn com acompanhamento e feedback de consultores, lives e eventos com personalidade do setor. Sempre com temáticas linkadas aos propósitos dos alunos.

Há ainda o Sagah Live e Sagah Talks. O primeiro inclui encontros mensais para discussão de temas que são tendência no mercado de trabalho. Esses eventos contam com a presença de especialistas e acontece nos 5 primeiros meses do semestre.

Para o fechamento do ciclo semestral, no sexto mês, tem o Sagah Talks – que durante três dias promove uma série de lives e painéis. O último dia desse evento ainda é reservado para corpo docente e times administrativos das IES. A temática é a mesma dos alunos, mas pensado para o desenvolvimento das instituições.

“São experiências como essas que complementam e geram sentido para o conteúdo do curso. É o que ganha o jogo na pós-graduação”, garante Ponsirenas, da Plataforma A.

Da mesma maneira que nas graduações EaD, as pós-graduações evoluem em direção ao uso cada vez mais amplo de tecnologias da educação. Esse é um ponto que não pode ser deixado de lado pelas instituições de ensino na montagem dos seus cursos.

Em termos de tecnologia, as plataformas, especialmente o ambiente virtual de aprendizagem (AVA ou LMS, na sigla em inglês), têm que garantir uma rotina fluida. Além de acessá-las em qualquer local e horário, o aluno quer encontrar unidades de aprendizagem bem organizadas.

Do lado da IES, a inteligência de dados é fundamental para entender o comportamento dos alunos. Isso passa pela geração de indicadores e relatórios de engajamento, ativação e aprovação. As informações são utilizadas para identificar erros e acertos e fazer correções de rota quando necessário.

No que se refere ao conteúdo EaD, o principal desafio é que ele seja constantemente atualizado e diversificado. Na pós-graduação, as bibliotecas digitais também são indispensáveis para dar conta da carga de leitura das disciplinas.

“A oferta de conteúdo precisa ser viva. Todo mês, pensar em novas aulas, novos processos, novas dimensões de conhecimento”, destaca Ponsirenas. “O mesmo vale para o portfólio de cursos e para a metodologia. Esse espírito de experimentação é fundamental no lato sensu”.

A regulação da pós-graduação lato sensu segue diretrizes do Ministério da Educação (MEC). Para ofertar pós-graduação na modalidade a distância, as instituições devem ter credenciamento específico para o EaD.

Além disso, os cursos devem ser ofertados apenas nas áreas em que a IES tem competência, experiência e capacidade instalada, estando sujeita à supervisão.

Desde que seguidos estes critérios, conforme o MEC, não é necessário obter autorização, reconhecimento e renovação do reconhecimento dos cursos. O objetivo, com isso, é manter a flexibilidade, dinamicidade e agilidade da pós-graduação lato sensu.

Cabe lembrar que a oferta de pós-graduação stricto sensu (que inclui mestrado e doutorado) na modalidade a distância está regulamentada desde dezembro de 2018. No entanto, até agora, nenhum curso de mestrado ou doutorado EaD conseguiu autorização para funcionar no Brasil.

Fonte: Desafios da Educação

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