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Na mesma medida em que esse período de um ano de pandemia possibilitou que as instituições de ensino evoluíssem em suas metodologias de ensino e aprendizagem, os estudantes prestes a fazer os vestibulares do segundo semestre também estão mais seguros em iniciar a vida acadêmica no novo cenário do ensino superior. Essa é a visão de quem acompanha o preparo dos candidatos, como os professores de cursinhos preparatórios.

O próprio tempo de cursinho já foi um aperitivo do que é aprender remotamente. Em vez dos encontros presenciais – com algumas aulas que beiravam o show, por causa das músicas e encenações -, as classes também tiveram de ser realizadas por meio de uma tela. E os vestibulandos viram que funciona. Por vezes, de forma até mais efetiva do que presencialmente.

“Enquanto nas aulas presenciais temos estudantes com vergonha de fazer perguntas, no modo digital os alunos se sentem mais à vontade. Vem uma enxurrada de questões, feitas a todo momento. O chat fica bem intenso e isso exige dos professores uma interação ainda maior”, comenta Giuseppe Nobilioni, coordenador pedagógico do Curso e Colégio Objetivo.

Comprometimento

Com décadas de experiência na preparação de estudantes para os vestibulares, Nobilioni é otimista em relação ao novo cenário da educação superior que os candidatos vão encontrar pela frente. “Os interessados continuam agindo da mesma forma, indo atrás do conhecimento. Quem está em um curso por inércia age sem interesse tanto no modo presencial como a distância”, acredita o coordenador do Objetivo.

A aluna Samara Reis, de 24 anos, estuda há cerca de um ano no Objetivo. Ela enfrentou o processo de mudança súbita no formato das aulas e a incerteza da viabilidade de iniciar um curso superior em meio a pandemia.

“Tive medo de meu cursinho ser suspenso e nem ocorrerem os vestibulares. Fiquei muito desanimada, porque havia definido como meta o meu plano de ingressar em uma instituição de ensino superior em 2020”, conta a aluna.

No fim do ano passado, além do receio quanto ao que ocorreria nos decorrer dos meses seguintes, Samara passou por problemas de saúde que resultaram em uma internação no período das provas do vestibular no início deste ano.

Esperança

Agora a estudante crê que o pior já passou e se prepara para prestar o vestibular para o curso de Medicina do Centro Universitário São Camilo. Samara está ansiosa para iniciar a tão aguardada graduação no segundo semestre de 2021.

“Após esse período de estudos, creio que aprendi a ser mais focada e organizada. E acho que as universidades, assim como os cursinhos, estão preparadas. Tomaram as medidas cabíveis para fazer com que o aprendizado aconteça, minimizando ao máximo os prejuízos de não se estar fisicamente na instituição”, acredita Samara.

Indefinição sobre Enem causa apreensão

Ainda que haja uma disposição do estudante a frequentar um curso superior, Gilberto Alvarez, diretor do Cursinho da Poli, lembra que as indefinições quanto à data do próximo Exame Nacional do Ensino Médio ainda deixam muita gente incerta sobre isso. A nota final das provas é usada por praticamente todas as instituições públicas federais e serve de critério para acesso a programas de inclusão em faculdades privadas, como o Programa Universidade para Todos (Pronuni) e Financiamento Estudantil (Fies).

“Quem pretende entrar em uma universidade pública precisa do Enem para concorrer a vagas por meio do Sisu (Sistema de Seleção Unificada). Já boa parte do público das instituições privadas mira uma bolsa do ProUni, que também depende do resultado do Enem. É uma equação complexa”, afirma o diretor do Cursinho da Poli.

Fonte: Estadão online

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