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A Associação Nacional das Universidades Particulares (ANUP) participou, na segunda, 11, da abertura do “Projeto Formação Médica para o Brasil: onde estamos e para onde vamos? Um olhar comprometido com a responsabilidade social no século XXI”, iniciativa da Associação Brasileira de Educação Médica (ABEM).

Na ocasião, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, disse que os Ministérios da Saúde e da Educação se preocupam e contribuem para uma formação médica permanente e de qualidade, que vai além da parte técnico-científica.

“Formação médica de qualidade implica também a questão da ética médica, dos valores, do compromisso social. Não há dissociação, a meu ver, entre qualidade técnico-científica e compromisso ético contribuir para uma formação médica de qualidade”, frisou a ministra.

O evento ocorreu até terça, 12, na modalidade Oficina de Trabalho, com a participação de representantes das entidades convidadas, entre elas a ANUP, representada pelo Dr. Silvio Pessanha, coordenador da Rede ANUP de Educação Médica.

Cursos

Para uma plateia formada, sobretudo, por médicos, a ministra Nísia disse que a recente expansão de novos cursos de medicina, da forma como foi realizada em Instituições de Ensino Superior pelo país, descumpre parâmetros previstos desde 2014, por não atender regiões do país carentes destes profissionais de saúde e por ter baixa qualidade de ensino.

“Esse é um grave problema porque não seguiu aqueles parâmetros que diziam respeito, não só aos vazios assistenciais tão importantes, mas a questão da qualidade”, destacou Trindade.

A ministra reconhece que há divergências entre a classe médica e o poder público no que diz respeito ao Programa Mais Médicos, retomado em 2023. Nísia, contudo, diz ter convicção de que, em conjunto, os dois lados poderão avançar em ações estruturantes para formação médica. Isso pode vir por meio de uma conjugação da parte técnica de qualidade, com formação ética, dos profissionais que atuarão no Sistema Único de Saúde e na saúde suplementar (planos de saúde) e privada.

Oficina de Trabalho

Além da ministra da Saúde, o encontro teve a participação do ministro da Educação, Camilo Santana, visando aproximar os Ministérios para discutir os desafios na estruturação de um plano de enfrentamento para a qualificação do Ensino Médico, desde a mudança do marco regulatório à criação de novos métodos de avaliação.

A convite da ABEM, Silvio Pessanha colaborou como relator de um grupo de trabalho na elaboração de políticas públicas em prol da qualificação da formação médica.

“Foi uma excelente oportunidade para fortalecer, ainda mais, ações que aprimorem a formação dos médicos e médicas com a integração dos dois Ministérios capazes de consolidar essas melhorias”, ressaltou Pessanha.

Estágio

Outro aspecto ressaltado, no debate, como importante para melhorar a formação dos futuros médicos é a fase do estágio. No entanto, o diretor científico da Associação Médica Brasileira, José Eduardo Lutaif Dolci, alertou para a falta de vagas de estágio e de professores com capacitação para tal.

“Quando falamos em qualificar os médicos que vão se formar, os egressos, precisamos colocar isso nas nossas diretrizes curriculares como obrigatoriedade. É importante sempre discutir a qualidade do nosso egresso, porque sem dúvida, vai repercutir na qualidade do atendimento à nossa população, na qualidade do médico do SUS”, ressaltou.

A representante do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Francisca Valda da Silva, afirmou que o ensino superior na área da saúde não está atendendo às diretrizes, anteriormente propostas. Ela ainda lamentou a falta de atualizações de cursos de formação para outras profissões de saúde dentro do Ministério da Educação (MEC).

“Nossos desafios são muito grandes e nós temos que entender que a luta pela qualidade nos reúne”, disse ela.

A cerimônia de abertura contou com a presença da Ministra da Saúde, Nísia Trindade, do Ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, representado por Mozart Júlio Tabosa Sales, da Secretária da SGTES (MS), Isabela Cardoso Pinto, da Secretária da SESU (MEC), Denise Pires de Carvalho, da Integrante da Mesa Diretora do Conselho Nacional de Saúde, Francisca Valda, do Conselheiro do CFM, Júlio Vieira Braga, da representante da Opas no Brasil, Socorro Gross e do Presidente da ABEM, Sandro Schreiber de Oliveira.

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