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Izoneide da Silva Ferreira tem 66 anos, nasceu em Belém e trabalha como doméstica na cidade do Rio de Janeiro. Criada na roça, começou a trabalhar com 10 anos. Com uma vida difícil e muita batalha não teve condições de se alfabetizar no tempo certo. Mas isso não a impediu de correr atrás de seu sonho e agora, já na melhor idade, está sentada num banco escolar aprendendo a ler e escrever.

Ficou sabendo de um projeto de Alfabetização de jovens e adultos por intermédio de uma amiga que é aluna da turma. Como sempre teve muita vontade de aprender, tratou de ir atrás e se matricular. Para ela, a experiência tem sido incrível. Izoneide diz que a pior coisa para quem não sabe ler e escrever é a dificuldade em se comunicar. A primeira coisa que ela escreveu foi o próprio nome e conta que sentiu muita emoção nesse momento. Desde que começou o curso, muita coisa mudou na vida da doméstica. “Hoje consigo acompanhar as coisas da vida, vou juntando as letras e consigo saber o que está escrito. O mais importante é ler o letreiro dos ônibus” finalizou.

Assim como Izoinede está aprendendo sobre um mundo nesse curso de alfabetização, outros alunos que já passaram pela sala de aula contam como aprender a ler e escrever mudou o mundo deles. Inácia Maria Alves, 63 anos, pernambucana de Itaperi, não teve oportunidades de estudar quando era mais nova. Sem saber ler e escrever, ela se sentia excluída, com vergonha e precisava sempre perguntar para as pessoas para ter qualquer informação.

Inácia sempre teve o sonho de aprender a ler e escrever e ficou sabendo do curso de alfabetização quando sua filha viu uma propaganda em um outdoor.
A primeira palavra que escreveu foi o nome da neta – Karen – e foi a maior alegria ver que tinha acertado a escrita. Para ela ser letrada abriu sua cabeça. Hoje consegue resolver suas coisas como ir ao banco ou a loteria para pagar contas. Mas Inácia não vai parar por ai. “Já vou arrumar outro colégio e continuar até a faculdade”, diz.

Alfabetização

Tanto Izoneide com Inácia transformaram o sonho em realidade através do projeto de Alfabetização e Letramento de Jovens e Adultos da Estácio. A iniciativa integra o Programa de Responsabilidade Social da Universidade. Por um período de quatro meses, os adultos e jovens tem aulas com estudantes dos cursos superiores de Pedagogia e de Licenciaturas – como Letras, História, Geografia e Matemática – com a supervisão do corpo docente da Estácio. As aulas acontecem no período noturno. São duas horas por dia, três vezes por semana e não há nenhum custo para os alfabetizandos.

A Estácio já abriu a segunda turma. A primeira edição do Projeto de Alfabetização e Letramento de Jovens e Adultos reuniu cerca de 75 alunos e aconteceu no 1º semestre de 2018. Hoje as aulas acontecem em quatro unidades do Rio de Janeiro: Queimados (Baixada Fluminense), Alcântara (Região Metropolitana), Via Brasil (em Irajá, Zona Norte do Rio) e Ilha do Governador (Zona Norte). Mas, segundo o presidente do Grupo Estácio e idealizador do projeto, Pedro Thompson “nosso objetivo é levar esse projeto a todas as unidades da Estácio no Brasil. Queremos erradicar o analfabetismo no entorno de nossos campi”.

Segundo Cláudia Romano, vice-presidente de Relações Institucionais e Sustentabilidade do Grupo Estácio, a iniciativa representa uma oportunidade única para os alunos da instituição, que vão aprender na prática ao atuarem como professores, o que sustenta o compromisso com a empregabilidade destes egressos.

A metodologia foi desenvolvida de forma a incentivar o aprendizado dos adultos e evitar a evasão dos alfabetizandos. “Esses adultos se sentem excluídos por conta do analfabetismo e é muito comum que tenham o ímpeto de desistir. Por isso, atuamos de forma a apoiar os alunos a seguirem estudando, apesar das dificuldades”, destaca Cláudia Romano.

Mais informações sobre o projeto podem ser obtidas pelo site www.estacio.br/alfabetizacao

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