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O que esperar para a área educacional após a eleição do novo presidente da República?

A questão foi discutida pela assessora institucional do Fórum dos Executivos Financeiros para as Instituições de Ensino Privadas do Brasil (FinancIES), Elizabeth Guedes, também vice-presidente da Associação Nacional das Universidades Particulares (Anup) e membro titular do Conselho de Participação do Fundo Garantidor do Fies. O debate ocorreu durante a edição do XI FinancIES, nos dias 13 e 14 de novembro, na Universidade de Fortaleza (Unifor), na Capital cearense.

“Como falarei sobre a educação sob o novo presidente eleito, serei objetiva na comparação entre nossos anseios hoje e a possibilidade de que sejam atendidos pelo novo governo. Financiamento estudantil continuará a ser visto sob a ótica da despesa ou vamos evoluir para olhá-lo como investimento? Continuaremos a trabalhar com um Ministério loteado por partidos políticos e altamente vulnerável à captura por parte de agentes públicos e privados ou teremos um Ministério dedicado ao desenvolvimento do país? Sem esta reflexão teremos mais um período de tutela, tráfico de influência e autoritarismo na condução das políticas públicas para o ensino superior”, alerta Elizabeth.

Segundo a palestrante, a imprevisibilidade e a falta de planejamento do Ministério da Educação (MEC) com políticas estáveis para o setor são os principais problemas enfrentados pelas instituições de ensino superior. “A educação deveria ser política de Estado. Hoje estamos sujeitos à criatividade e à inclinação política de quem ocupa cargos de comando no MEC. Cada um que chega leva suas ideias e autonomia absoluta para determinar o que quiser. Também falarei sobre a natureza das relações entre o setor de educação superior, sua área de atuação, e esta quimera em que o MEC se transformou”, completa.

A vice-presidente da ANUP também defende o amadurecimento do setor para a defesa das políticas públicas e critica a manipulação de agentes públicos e privados para obtenção de benefícios próprios. “O país tem uma taxa de penetração de ensino superior líquida e bruta em níveis miseravelmente baixos. O Plano Nacional de Educação não é respeitado e muitas vezes desprezado publicamente por autoridades que deveriam defendê-lo. O MEC não possui plano de carreira, exigência que deveria ser nossa. A política é feita ao gosto de quem ocupa o Ministério. Quando encontramos um ministro como foi Mendonça Filho, bom. Mas e os outros que vieram antes dele para um breve passeio antes de saírem sem dizer a que vieram?”, relembra a assessora institucional do FinancIES.

Na opinião de Elizabeth Guedes, a importância do FinancIES não é o evento em si, mas o Fórum como expressão de uma nova maneira de organizar o setor de educação superior. “Não estamos falando de instituições de ensino por sua categoria administrativa, como a Anup – Associação Nacional das Universidades Particulares – que represento. Nem de entidades legais, como sindicatos, federações e confederações. Entidades sem transversalidade podem ser comprometidas com as iniciativas empresariais e de ego dos dirigentes, capturando funcionários temerosos de perderem seus empregos. O FinancIES é livre, transversal, democrático, descomprometido de políticos e políticas e com foco bem claro: reunir a comunidade do setor em torno das melhores práticas de ensino, organizar profissionais de todo o país, e não importa de que instituição, com a troca de experiências que eleva a nossa qualidade corporativa e cria enorme rede de relacionamento virtual, que nos une e alimenta. É a forma contemporânea de organização”, avalia.

Fonte: FinancIES

Remodal