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Indicadores globais colocam o Brasil como o país mais violento contra professores no mundo. Segundo um levantamento da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) o Brasil lidera um ranking de violência nas escolas. Elaborado com mais de 100 mil professores e diretores de escolas do segundo ciclo do Ensino Fundamental e do Ensino Médio (alunos de 11 a 16 anos) o estudo revela dados alarmantes.

O ranking considera dados de 2013, quando 12,5% dos professores brasileiros ouvidos relataram ser vítimas de agressões verbais ou de intimidação de alunos, ao menos uma vez por semana. Para se ter uma ideia, a média entre os 34 países pesquisados é de 3,4%. Após o Brasil, neste levantamento está a Estônia (11%) e Austrália (9,7%).

Além das agressões físicas e verbais, em algumas regiões, as condições de trabalho são muito estressantes. No Rio de Janeiro, por exemplo, professores convivem com confrontos armados nos arredores das escolas onde trabalham e ameaças recorrentes de estudantes e familiares.

E as consequências dessa realidade para os profissionais da educação são graves e fazem parte do problema. Só em São Paulo, em 2018, a Secretaria Municipal de Educação concedeu 3.055 licenças por doenças como transtorno ou reação ao estresse, depressão e esquizofrenia, isto equivale a uma licença a cada três horas. O número corresponde a 8% do quadro de professores do município.

Ainda, segundo a organização, o percentual de jovens entre 15 e 19 anos que estudam, é de 77% no Brasil. Já a média da OCDE é de 84%.

O quadro é complexo e envolve causas de diferentes naturezas, mas fica claro que existe uma relação entre a violência e a ausência de uma política de convivência escolar no país. Para amenizar essa situação é preciso que as escolas tenham orientação e apoio da sociedade e do poder público, no sentido de prevenir e lidar com o problema, para que a solução não dependa apenas dos gestores escolares e que não haja continuidade nas ações de violência.

Referência: ANUP com informações da OCDE

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