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O ano passado foi de desafios para as universidades particulares. A pandemia afetou a saúde mental e financeira dos estudantes, que muitas vezes nem querem voltar à modalidade 100% presencial.

As instituições de ensino tentam se adaptar para acompanhar avanços tecnológicos da educação, mas muitas delas, notadamente as pequenas, sofrem com falta de dinheiro, altos índices de evasão e de inadimplência.

“A desigualdade no Brasil está em todas as áreas, e é assim também nas instituições de ensino. Há mais de mil delas que têm menos de mil alunos, especialmente no interior. São as que mais sofrem e não têm recursos para montar plataformas modernas e atualizadas”, diz Elizabeth Guedes, presidente da Anup (Associação Nacional das Universidades Particulares). “Precisamos ajudar os pequenos atores a sobreviver”, completa.

De acordo com ela, cerca de 20% das universidades pequenas do país pediram descredenciamento no MEC (Ministério da Educação) por causa da pandemia. Por outro lado, ela conta que, agora, há um boom de instituições buscando aval do ministério para oferecer, em alguns casos, apenas um curso, de forma remota.

Inadimplência e taxa de evasão, diz Elizabeth, são difíceis de medir, pois variam muito de acordo com renda, raça, curso escolhido e localização. Há casos em que a primeira chega aos 35% e a segunda, aos 30%, segundo a presidente.

Nesse cenário, as faculdades que atendem um público com mais dinheiro e têm mais estrutura e tradição tendem a sofrer menos. Eleita como melhor universidade privada de São Paulo, a Universidade Presbiteriana Mackenzie se encaixa na descrição. A instituição recebeu 21% dos votos na pesquisa Datafolha. Foi sua terceira vitória.

Marco Tullio Vasconcelos, reitor da instituição, atribui a conquista aos investimentos feitos para a melhora do campus da Consolação, à qualidade acadêmica da instituição.

“Os alunos voltaram [do ensino remoto]. Em 2022 modernizamos 120 salas de aula e laboratórios, e melhoraremos outras 150 neste ano. Substituímos cadeiras, persianas, trocamos lousas antigas por modelos interativos. Essa reforma acabará em 2024”, diz.

A saúde mental dos estudantes também é uma preocupação, e a universidade criou uma iniciativa nesse sentido.

“Nossa área de saúde preparou um programa que dá apoio e orientações gerais sobre sono, uso do celular, alimentação. Tudo para mitigar esse problema”, diz.

Também houve expansão no número de cursos no ano passado. Foram abertos programas de graduação em ciência da computação e sistema de informação no campus de Alphaville, na Grande São Paulo. Neste ano, a carreira de engenharia da computação chegou à unidade da Consolação.

Em 2022, a universidade viu um aumento de 12% no número de matriculados para cursos presenciais. A taxa de inadimplência foi de 4,6%.

“Sei que as famílias têm boas condições financeiras –o tíquete médio gira em torno dos R$ 3.500 mensais– mas, independentemente disso, se não tivéssemos operado bem no período mais agudo da pandemia, alunos deixariam seus cursos”, afirma o reitor.

FONTE: Folha de S. Paulo
FOTO: Freepik

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